sábado, 12 de setembro de 2009

Memórias 12

PARTE A \ TEMAS DO PASSADO
O SOL PERDEU O BRILHO?
ERROS HISTÓRICOS
INTRODUÇÃO

Será ousadia, mas é perdoável. Vou perturbar, no além – túmulo, a paz de Herculano, repudiando afirmações, por ele expressas, na História inacabada do nosso País. Ignoro se alguém, antes de mim, o terá já feito. Pelo sim, pelo não, avanço resoluto, com a certeza absoluta de que presto serviço à causa nacional. O caso interessa-me, por mais de um motivo, como deixarei claro no que vai seguir-se. O que vou refutar respeita, em globo, a três pontos basilares, harto delicados.
1º origem do povo português; 2º nascimento da nação; 3ºconceito de nação moderna, após ser Condado. Como testa de ponte, vão de início duas frases latinas: « Aliquando etiam bonus dormitat Homerus; errare humanum est.» ( Às vezes até o bom Homero se deixa adormecer; errar é próprio do homem.
Só Deus é que não erra. Por isso, desculpo já o grande Historiador, a quem reconheço qualidades excelentes, como Mestre da Língua e como Historiador. Se vou contestá-lo, em três lugares, é porque se trata de casos importantes, que retiram à Pátria títulos de glória, defraudando os Portugueses no orgulho que sentem, pelas suas origens, bem comprovadas, historicamente.
Negou Herculano qualquer ligação entre Portugueses e Lusitanos. Asseverou, peremptoriamente, que o nosso País teve sua origem,”num ângulo da Galiza”; assegurou ainda que Portugal surgiu, de princípio, como nação moderna, no século XII,
Ora bem. Podia expor a sua opinião, deixando entrever uma dúvida possível. Mas não! Apresentou o caso, â maneira de alguém que possui a verdade, sem laivos de suspeita, Este aspecto é que eu condeno, por ser, na verdade, inteiramente falso,como hei-de provar.
NOTA PRÉVIA
Onde é que eu nasci? No meu querido Lar,que já fora de meus pais, avós e bisavós, numa cadeia infindável, que vai perder-se na bruma dos tempos. Tese incontroversa, ainda que no passado um bando facínora o tenha assaltado . assassinando parte da minha família e pondo em fuga aqueles que, a tempo, dali se escaparam, para atacar, em sítios montanhosos e bem defendidos.
Esse Lar amado não deixou de ser o meu e de minha família. Recuperado, ao fim de árduas lutas voltou, de novo, a ser habitado pelos descendentes,de que eu faço parte. Provando-se à evidência que eu era membro da tal família, ficava tudo em pratos limpos
. Eu tinha nascido no meu próprio Lar. Foi, na verdade, o que se passou, em tempos decorridos.
Capítulo I .
No século VI da era cristã, aparece Maomé que, pelo seu talento, conseguiu unificarr centenas de tribos que se odiavam de morte. À sombra protectora da mesma bandeira, sabiamente organizados, conceberam, de início, um plano grandiioso : invadir a Europa, com seus exércitos, afim de submetê-la ao domínio do Islão. Para isso, fortemente armados e já detentores de uma civiluzação, bastante mais avançada, põem-se em marcha, com grnde rompante.. Aconteceu,no entanto, que, chegados à Gália, sofreram, em Poitiers, formidável derrota, deixando o campo juncado de cadáveres. Os que puderam fugir ninguém mais os viu, pois haviam renunciado aos planos grandiosos, que tinham concebido, Uma vez assim, apontam as armas contra os povos aguerridos da ilustre Hispania (Península Ibérica) Claro se deixa ver! Foi tudo vandalizado, pondo-se as gentes em célere fuga. O poderio militar, a sua organização e o progresso notável da civilização que já tinham alcançado, não deixavam dúvidas a estes povos, embora destemidos, Esperariam o que fosse preciso, para se organizarem, expulsando então os povos inimigos de toda a Península.
Os invasores, em marcha triunfal, apenas se detiveram, ao chegar ao rio Minho e depois às Astúrias, cujo relevo e forte resistência dos adversários os levaram para ali. Começa a Guerra da Reconquista. Todos os povos da Península Ibérica se interessam, a fundo, por libertar-se destes inimigo
 medida que os Árabes iam recuando, nasciam Condados e Grupos de resistência, cuja aspiração era, desde logo, formarem nações e alargarem seus domínios, à custa dos mais fracos e das minorias. Da Reconquista sai também o Condado Português (portucalense) cujo território havia pertencido à Lusitânia. Desta, exactamente, dá testemunho o Geógrafo grego, de nome Estrabão ( século I da era cristã ),
Andava eu intrigado, havia muito jà, pela atitude assumida pelo nosso Herculano, reputado historiador quando, abruptamente, resolveu interromper a História de Portugal, que deixou para sempre, em D. Afonso III. Senilidade? Outros escritos? Oposição de alguém? Porquê?
É certo e provado que não renunciou às tarefas literárias, pois se dedicou a outros géneros, no campo da escrita. E, mais tarde, por que não continuou, retomando o fio? Sabemos, ao certo, que ele tivera questões, aborrecimentos e sérias discórdias com elementos da Igreja, por outras razões, como por exemplo, a Aparição de Nosso Senhor a D. Afonso Henriques, dizendo este: — Não a mim, Senhor, mas aos infiéis.
O grande historiador negara a veracidade a tal aparição. Entretanto, esta ocorrência não elucidava tal embrulhada. Li algures, não sei já onde, que o Rei D, Pedro V lhe pedira, com empenho, a interrupção da História de Portugal. Seria,talvez, por haver falhas e deficiências?Estou em crê-lo.
Razões que me assistem, para tal conclusão. Antes de mais, quero censurar as palavras ousadas e assaz peremptórias do nosso historiador, na matéria em causa. .
Seria verdade? Eles eram amigos. Novamente, se pôs a questão: Porquê tal pedido? Teria sido feito? Tenho para mim que já dei no aixe! Quando o historiador se pôs a discorrer, sobre a nossa ligação aos povos antigos que invadiram a Hispânia, desvinculou, por inteiro, o povo português, desses povos pré – históricos, incluindo os Lusitanos, o mais importante de todos eles, pelas suas qualidades: gente aguerrida, que amava a liberdade como nenhum outro; técnica militar e meios de defesa que assombravam sempre os invasores, enchendo-os de temor e grande espanto; os famosos castros, opida, citânias, fortins e atalaias; organização, social e familiar; preferir a morte a perder a liberdade.
O exército romano que fale do que viu, presenciou e sofreu , já antes dos Árabes..
O povo lusitano que habitava a Lusitânia tinha laços directos e comprovados com o povo português. Vamos prová-lo, já seguidamente.
***
Fala-se muito na hombridade, rigor científico e amor à verdade mostrados por Herculano…Não quero negar as suas qualidades! Nem sequer pô-las em dúvida! Devia, no entanto, apresentar a opinião, sujeita a dúvida, o que ele não fez.
Ora bem. O nosso historiador procurava, certamente, com seriedade, esforço e tenacidade, provas iniludíveis, fortemente seguras, mas não as encontrou. Tivesse ele feito como Sarmento Martins e Alberto Sampaio, naturais de Guimarães. O primeiro deles fez escavações, no alto dos montes, pondo a descoberto as fontes autênticas, que nos vinculam aos Lusitanos, povo inconfundível que deixou a sua história em livros de pedra, ainda soterrados, na maior parte, e silenciosos para Herculano. Foi Alberto Sampaio que os estudou e catalogou Uma vez aqui chegados, tiremos, desde já uma conclusão.
Como o povo lusitano habitava a Lusitânia, e esta se estendeu pelo território que é hoje Portugal, provado está que descendemos do povo lusitano, inassimilável por qualquer outro, guardando os seus costumes, a sua Língua, a civilização, própria do tempo, os velhos hábitos, a sua rica individualidade. Podemos afirmar, com muito orgulho, que nenhum povo da Península Ibérica ficou tão puro na sua raça e qualidades preciosas como o povo português.
Esta a razão por que eu, nesta hora, saliento com ânimo, a nossa ligação ao povo lusitano. Para base segura da minha afirmação, hei-de extractar um passo de Estrabão, geógrafo grego do primeiro século. depois de Cristo. O seu testemunho, abonado por Heródoto, historiador grego do mesmo tempo, somado juntamente à obra colossal “ As Vilas do norte de Portugal, “por Alberto Sampaio, não deixam já qualquer hesitação, sobre a matéria que eu estou focando, cheio em pleno de ardente patriotismo.
Que os nossos vizinhos, os Espanhóis, fiqem sabendo, de uma vez para sempre por que razão não puderam nunca escravizar-nos, como pretendeu, entre outros muitos, o Conde Duque de Olivares, reinando, então, Filipe IV de Castela e III de Portugal, Era o sangue lusitano a estuar nas veias dos Portugueses, ao longo de vários séculos de grande martírio.
Duas guerras prolongadas — a da Independência e a da Restauração, com batalhas infindas e sangue derramado! Que é que nos dizem esses castelos e fortalezas, junto das fronteiras?
Aqui segue já o famoso testemunho do Geógrafo Estrabão: —" A norte do Tejo, dilata-se a Lusitânia, habitada que é pela mais poderosa das nações Ibéricas e, entre todas, a que por mais tempo deteve as armas romanas. Este país tem por limites: a sul. o Tejo; a oeste e norte, o Oceano Atlântico; a oriente, as possessões dos Carpetanos, Vetões e Vaceus e dos Calaicos, não falando senão em povos conhecidos, porque há outros ali que não merecem menção, por serem obscuros e pouco importantes.
Em oposição ao que estamos dizendo, alguns autores modernos compreendem também entre os povos integrantes da Lusitânia, estas tribos agora apresentadas como limítrofes. Nesse caso, devemos dizer que as tribos aludidas confinam, pela banda de leste, com os Calaicos e com o território, tanto dos Asturos como dos Celtiberos, e os outros todos com a Celtibéria.
Os últimos povos da Lusitânia são os Artabros, que habitam parte do Cabo Nério. Na vizinhança do mesmo cabo, que forma a extremidade, tanto do lado ocidental como do setentrional da Ibéria, habitam os Célticos, próximos parentes dos das margens do Anas (Guadiana). Conta-se, com efeito, que um bando destes últimos empreendeu outrora uma expedição, em companhia dos Túrdulos , contra os povos desta parte da Ibéria e entraram em desordem com os seus aliados, logo na margem ulterior do Lincias, perdendo em tal ocasião, para cúmulo de desgraça, o chefe valoroso que os comandava. Constou no pais que ele ia determinado a permanecer aí". Para nós, Lusitanos, diz Sarmento, como para os Albiões, Oestrinides, Hibernos e Cempses, Cinetos e Tartésios são ramos da emigração ariana,
Este trecho fala bem alto da importância do país dos Lusitanos que se estendia desde o Tejo até ao Mar Cantábrico e aponta exactamente a situação dos primitivos Celtas: ao sul, nas margens do Guadiana e ao norte, junto do Cabo Finisterra, segundo a indicação de Heródoto e de Plínio.
Estas localizações correspondem, de facto, às influências gaulesas, verificadas a norte e sul, estendendo-se pela faixa atlântica.
No dizer de Estrabão. entre o Tejo e o Guadiana, além de populações célticas, havia algumas tribos de Lusitanos. Daqui se conclui: o território do país lusitano compreendia a área do nosso país do século XXI mais a Galiza.
Vemos, pois, que não tem fundamento a teoria celtista, segundo a qual, todos os povos da. Península Ibérica perderam a independência, apagando-se inteiramente, sob o domínio dos Celtas.
A tese ligúrica do ocidente europeu foi imposta por Sarmento Martins, eclipsando assim a tese celtista..Para nós Lusitanos,os Albiões, Tartésios e Cinetos e outros ainda, são ramos da velha emigração ariana,cuja afinidade de costumes e Língua com os Lígures ( Arianos )e outros não pode ser seriamenta contestada.
Os Lusitanos resistiram firmes à invasão céltica como fizeram frente à invasão romana. . Entretanto, a velha Lusitânia romanizou-se em parte, após combates violentos, com muitos mortos para o exército romano, e o assassínio do famoso Viriato. A causa principal não foi realmente a vitória militar de Roma: antes a afinidade original destes povos. Esta semelhança verificava-se nítida nas cerimónias do culto, segundo os historiadores que afirmam claramente serem à maneira grega.
Esta grande afinidade notava-se nas Línguas, entre as quais havia um íntimo parentesco, pois da Língua ária saíram sem dúvida, os idiomas românicos. Apenas o Basco e o Germano do norte não sofreram a influência, por se tratar de etnias diferente
As escavações de antigas cidades bem como das necrópoles têm um cunho especial que obriga a dizer “ luso – romanas” e não somente romanas. É por este caminho que chegamos. de facto, ao conhecimento das civilizações que vigoravam, na Península Ibérica. O carácter arqueológico ficou bem patente. O elemento luso bem como o italiota, galo e etrusco não se fundiram completamente na onda romanizante As características fundamentais diferenciam-nos uns dos outros e a todos, do elemento romano.
Quantas vezes os vencedores não se fundiram com os vencidos, ficando estes ,subjugados, conservando a sua Língua e costumes do passado Basta recordar a invasão da Grécia pelo exército romano. Recordemos igualmente o anglo – saxão, em face do escocês,. do gaélico ( celta ) e do irlandês Apesar de tudo, o primeiro era dominador! Quero eu dizer que não houve fusão dos últimos com o primeiro, sendo embora dominador. São da mesna raça todos os povos que habitam o noroeste da Península Ibérica, onde se conservou o mesmo tipo moreno. As mesmas tradições de cunho popular, um folclore similar, idênticas lendas e até cantigas. No entanto, estavam dominados pelos Anglo – Saxónicos
Capítulo II
Onde nasceu Portugal? Gostamos, certamente, de conhecer as nossas origens É um tema cativante! Os nossos antepassados, os seus costumes. usos e noções, as suas tradições e velhos hábitos;. cepa do nosso povo, os seus problemas, jeito de viver, espírito de independência, a criatividade, processos de defesa!....Foi assimilado, fundido com outro, apagando-se e morrendo? Foi mole e sem carácter, deixando-se envolver e amachucar, sem resistência? Essas raízes foram alguma vez exterminadas, perdendo-se o linguajar, o espírito patriótico e vivendo como escravos os chamados Lusitanos? Que dizer sobre isto e ainda acerca da opinião de Alexandre Herculano que foi posta de parte, mercê das provas sempre irrecusáveis e deveras autênticas que nos forneceram as excavações?
«Portugal nasceu num ângulo da Galiza, no século XII; nação moderna, fundada no período Asturo – Leonês». Vemos, desde já, que tudo isto é falso, perante documentos, posteriores à História de Portugal, de sua autoria.. Falta-lhe a parte inicial e chega apenas a D. Afomso III. Porquê? Estou, neste momento, cheio de curiosidade e os meus leitores e amáveis leitoras, de modo igual. Quem há que não aprecie antepassados gloriosos, com altos pergaminhos e forte carácter; Gente indomável que nasceu para reinar e jamais para ser escrava?! Raízes potentes, caracteres únicos e indomáveis, povos… melhor diria, um povo singular como outro não houve, na Pré – História. Quem teve como eles um sistema de defesa, original e perfeito, homogéneo e temível?! Quando afrontados os Lusitanos ou somente beliscados na sua honra, prestígio e valor, como responderam?
Quem lhe impôs a Língua? Nem os próprios Árabes, com seu poder militar e civilização, muito mais avançada! Alguém me dirá que os Romanos o fizeram! Respondo sem demora e com altivez: a Língua latina foi bem recebida, por ser afim de várias Línguas que vão entroncar na Língua dos Árias. Apenas o Basco e o Germano do Norte fazem excepção, por diferenças étnicas.
Remontemos agora à época pré – histórica, em que os píncaros dos montes da velha Lusitânia estavam fortificados dando aspecto curioso a toda a paisagem, a começar no Minho. Qualquer ponto dominante, com valor estratégico, tinha uma cividade, um opidum ou um castro, um fortim ou atalaia. Ali viviam escondidos, no alto das necrópoles, sempre de olho fito em atacantes e conquistadores.
Appiano, referindo-se aos Lusitanos, diz sem rodeios que era um povo belicosíssimo ( gens belicosíssima ) Quantas batalhas… tantas derrotas para o invasor… Quanto sangue derramado! Basta recordar o Monte Medullium , junto do rio Minho, e a epopeia de Numância ( Numantia ). Por ali andou Augusto a comandar o exército romano… o General Cipião e outros mais.
Quem investigou as origens históricas foram dois grandes obreiros, naturais de Guimarães; Alberto Sampaio e Sarmento Martins. Este escavou os Montes e desenterrou a civilização ligúrica; aquele interpretou os documentos escritos, os restos arqueológicos, as tradições, usos e costumes dessa época obscura e misteriosa.
Documentos utilíssimos para a informação, acerca dos 1400 anos ( século II, A.C, a século XII ,P. C) são: Portugalia Monumenta Histórica, de Alexandre Herculano Estão em foco dois acontecimentos: ocupação romana e nascimento do Portugal moderno.
A civilização romana impôs-se aos Lusitanos, no século XIV, .P. C. Igualmente importantes, se não mais ainda : As Vilas do Norte de Portugal, por Alberto Sampaio, referente aos 13 séculos, anteriores à civilização que veio de Roma.
Alexandre Herculano, em seus esritos, é um pouco anterior aos dados preciosos dos Arqueólogos e Antropólogos, o que motivou os erros,apontados na História de Portugal, acerca dos Lusitanos e outros povos, já tratados acima. Assim se formou a base da sociedade que vigora em nossos dias.
* * *
. Voltemos agora um pouco atrás, retomando o fio, para bem aclararmos certos assuntos que ficaram de tangência, tratando em seguida, com mais largueza, a curiosa origem do povo português. Vejamos, a propósito, o que diz Sarmento:« É um facto que as costas ocidentais da velha Hispânia ( P. I )foram infestadas por vários bandos germânicos que, em seguida,, foram quase totalmente exterminados pelos Árabes
A invasão árabe melhor dotada de força e cultura, submeteu prestesmente quase toda a Lusitânia e, muitas vezes, inquietou a Galiza, mas não é menos verdade que, a par e passo, os novos semitas foram sendo expulsos e se viu levantar, dos confins do Algarve até à Galiza , um povo denodado,com igual maneira de sentir e pensar, e coma mesma Língua, mantendo orgulhoso toponímia romana e ligando a seus castros e seus dólmenes, às suas fontes, etc. uma infinidade de tradições que, sem dúvida tem as suas raízes, na civilização pré – romana»
Deste conjunto de observações, estudos e hipóteses, um país a Lusitânia, um povo, o lusitano, cujas condições, mesológicas e étnicas,lhe garantem autonomia,no clássico mundo europeu, vai erguer a cabeça e dar que falar. Dentro desse país de hoje, localizado como no tempo do Geógrafo Estrabão, está o núcleo exacto duma nação moderna, a portuguesa, proveniente desse anterior composto, ibero – lígure
Diminuto, embora, em suas proporções, resiste e constitui-se, sob grandes cataclismos que assolam o país, e luta heroicamente pela sua independência, ocupando algumas páginas da História da Humanidade
Origem do Povo Português.
Remontando agora aos tempos pré – históricos, vamos encontrar a primeira raiz, no povo autóctone, ,ainda anterior aos fenómenos glaciários das primeiras épocas do período quaternário
Seguidamente, vem o povo ibérico, não ariano semelhante em, caracteres ao anterior, mas de vulto maior, o qual se propagou, pelo ocidente da velha Europa e é irmão do primitivo berbere do norte de África.
Em terceiro lugar, surge o povo lígure, dito ariano, de caracteres diferentes do anterior, originário do oriente e portador de uma civilização, mais avançada.
Com os lígures vem a indústria da pedra polida e a dos metais. Depara-se-nos agora a primeira invasão de povos indo- germânicos, chamados Celtas ou Gauleses, que se fixaram ,no noroeste e sudeste da Península Ibérica
Em 5ºlugar, chegam expedições de líbios e Fenícios, com intuitos comerciais. Criam empórios ou feitorias, ao longo da costa marítima . .Um pouco mais tarde chegam os Púnicos ou Cartagineses, pretendendo conquistar ou avassalar a P. I. Aqui permaneceram, desde o século XII ao século II A. C.
Nesta data, mais avançada. aparecem os povos de origem romana ,que, após lutas sangrentas, com os Lusitanos, dominam a Península, impondo a Língua e a civilização. Tendo o mesmo fundo ibero – lígure,dos vencidos, não houve questões de maior importância, no campo étnico bem como linguístico. Viriato chegou para eles: tiveram de o matar.
Em 7º lugar, chega ainda a segunda invasão de povos germânicos ou teutónicos. Decorre o século V P. C. : são os Alanos, Vândalos e Suevos, a que seguiram os Visigodos Em 8ºlugar, já finalmente, no século 8º ( 712 ) , surgem os Árabes e os berberes do norte de África. Fixam-se na península, onde permanecem até ao séciloXIII ( Portugal ) e ao século XV. ( Espanha ) donde foram expulsos.
Dentre os países pré – históricos, houve um elemento, verdadeiramente estranho, o Gálata, germânico ou celta, cuja influência foi mais acentuada, nos países da Galiza e de Portugal. Quanto aos outros povos, de maior influência, Lígures e Romanos, havia caractrísticas, étnicas e linguísticas, bastante similares que facilitaram a aceitação da Língua, das suas leis e civilização.
O povo lusitano foi, dentre todos, o mais aguerrido e o mais bem organizado e defendido, constituindo um perigo notável para os que tentassem fazê- lo escravo ou dependente.
Raízes do Povo Português
A obra notável de Alberto Sampaio “ As Vilas do Norte de Portugal “têm por lema fazer com rigor a reconstituição da vida social bem como artística dos Lusitanos, ao longo de 13 séculos ( do século 15, A. C. ao século 2 A. C. mostrando, bem claro. o desenvolvimento que ela atingiu.
Vou extractar, de Ricardo Severo, um belo resumo deste colossal trabalho, elaborado e escrito, com tanta perícia, diligência e patriotismo.
« Dentro de cada cividade, com os seus oppida, existie uma população fixa, organizada em Gens ou famílias. Cada cividade ocupava uma circunscrição agrária (Ager) que lhe proporcionava a alimentação, em cereais, frutas e animais domésticos e bravios.
O regime era o das pastagens comunais, tais como chegaram atè hoje, nas regiões montanhosas. A cultura cerealífera, acanhada e rudimentar, não constitui ainda um regime particular de propriedade
Com a romanização, constituíram-se as Vilas. Nelas, os chefes das cividades instruídos pelos conquistadores instalaram em parcelas os clientes pobres e tomaram para si uma secção ,agricultada por escravos.
Nessa já vasta propriedade, desponta, desde logo a pequena agricultura. Coberto o país de Vilas ou prédios rústicos, sistematicamente organizados, para a exploração agrícola , jamais se interrompe o aproveitamento do terreno e o alargamento da gente.. Fixa-se a terminologia rural da qual o neo – dialecto deriva a de uso corrente
A romanização transformou a primitiva sociedaade e criou uma nova. É o período de uma grande e definitiva civilização.
Em 409, chegam os suevos, povo de raça nórdica ou germânica: o seu advento não provoca mudanças radicais. Breve se unem invasores e invadidos, para constituírem um reino â-parte, que vai até 515, ano em que outro povo de extirpe germânica, o absorveu.
A organização social, no entanto, não se alterou: só alguns nomes germânicos se substituíram aos romanos, tal como estes haviam suplantado os das citânias.
Com a invasão sarracena, em 712, a desordem foi maior e mais prolongada. Os invasores não conseguiram fixar-se para além do Douro. Apesar da incerteza, do terror do inimigo, e decadência das cidades, as vilas permaneceram. Dentro delas, o povo, guiado pela prática, perseverou no cultivo da terra, muito embora, na falta lamentável de governo protector, a visse talada, frequentes vezes e tivesse de a defender ou esconder-se, enquanto passavam os exércitos árabes, indisciplinados e arrogantes. Com o trabalho agrícola, manteve também as tradições de domínio espiritual.
Da vila, passa então o regime de propriedade, através da evolução, agrária neo – goda até à freguesia de tipo rural..
A feudalidade não se institui em Portugal. Na Alta Idade Média, a pequena lavoura de origem romana transforma-se breve em pequena propriedade.
As duas instituições, vilas e freguesias, sucedem-se,umas às outras, mas não se confundem: as vilas foram propriedades, em todo o rigor da palavra; a freguesia é uma espécie de , Comuna sem carta que se forma, em volta do campanário. Em ambas elas o perímetro é geralmente o mesmio e idêntica também a população, proveniente da estirpe antiga das clientelas, que desceram das citânias acasteladas.
O senhorio é que diversificou: os domini faziam uma classe de grandes proprietários, com poder quase absoluto, sobre a maioria dos cultivadores, ao passo que os senhores asturo – leoneses careciam da riqueza, do poder, da fixidez e autoridade dos outros .Desfeitos os grandes fundos, satisfazem-se com fragmentos os mais ambiciosos, e os mesmos bens da coroa não passam de retalhos, dispersos pela província.
Depois da catástrofe que atingiu os Visigodos, cessa o viver faustoso das classes superiores; a mediania, nas condições gerais da vida e um regime sem requinte são o tipo comum. Apesar da divisão do senhorio, das lutas com o estrangeiro e discórdias internas, os lavradores não cessam de tirar da terra nunca inerte, o sustento de cada dia e o custeio das despesas públicas. Os dirigentes desceram pela maior parte, ao nível popular
As batalhas incessantes que seleccionaram e nobilitaram os combatentes mais valorosos levaram a liberdade às últimas camadas da população rural. Metodicamente armada pela necessidade do ataque e defesa apresentava-se já, antes de se fundar o Estado Português, exercitada, por igual, na guerra e no trabalho; a cada passo, o “apelido” arrancava-a das cabanas, dos pardieiros e quintanas, reunindo-a no campo da peleja
Acouteados pela coroa, os nobres são os cavaleiros de profissão. Residindo em casas sem luxo, vivem em intimidade com o povo, ora na melhor harmonia, ora em questiúnculas de proprietários minúsculos, mas sempre protegendo-o. Destes, os mais pobres combatem a pé; os peões formam a admirável infantaria portuguesa.
Dos herdados abastados, saem os cavaleiros vilãos. que na batalha ocupam o lugar de honrada vanguarda; dado o primeiro choque, confundem-se com os cavaleiros nobres e sê-lo – ão também,. se a fortuna e a sorte os ajudarem.
O Casteleiro em cujas mãos reside a última defesa do país, e o rico – homem ,governador da terra, com pendão e caldeira, assentam-se ambos, em tempo de paz, à mesa do lavrador e comem do seu pão
Acima de todos está o rei, senhor do seu reino, com o império absoluto. Apesar do poder supremo, tão pouco exigente, contenta-se com o aceio que os foreiros lhe fazem no Paço e com a comida rústica que sabem preparar.
A disciplina distingue os homens, mas liga-os a irmandade do sangue assim como os iguala a mesma vida do espírito e uma pobreza forte.
Estamos chegados ao Estado Portucalense, cujo topónimo indica bem claro a sua origem histórica. De facto, na margem esquerda do rio Douro, situava-se Calem, com o seu castro, lugar de passagem, entre Lisboa e Braga ( Portucale Castrum ): na margem direita, avistava-se o porto de Calem
Mercê de várias circunstâncias de tipo geográfico, étnico e histórico, a nação portucalense teve o seu berço na velha Lusitânia. Trata-se, pois, de factos históricos a contestar a opinião de Alexandre Herculano. que negou quaisquer relações de afinidade, entre Lusitanos e Portugueses. Diz Herculano – repetindo eu o que escrevi, anteriormente - Portugal nasceu no século XII, num ângulo da Galiza, constituído, em atenção às divisões políticas anteriores, dilatando-se pelo Gharb sarraceno: é uma nação moderna.
Moderno, sim, o indivíduo político, como diz Ricardo Severo, mas não o povo de remota origem que ocupava a terra da nação portuguesa, nessas datas históricas da sua nova constituição política .Dados arqueológicos e antropológicos, posteriores a Herculano, deixaram esboçado o quadro exacto dessa linhagem, que remonta a tempos anteriores às mais antigas cronologias.
Aconteceu, pois, que no Castro da cividade pré – romana teve origem o nome de um Distrito, Condado ou de um reino futuro. O rio Douro marcava o limite segundo o Cadastro, legado pelos Romanos. Após o rio, ficava a Galaecia. Curioso se torna averiguar -se, nesta Cividade, o mesmo processo da Lusitânia, em questão de civilizações, de população e cruzamentos étnicos. Isto nos revelam os dados arqueológicos, que também apresentam análogos eventos de carácter histórico.
Em vida de Herculano, a História Natural dos povos civilizados estava no início.: ensaiavam-se as primeiras excavações, nada se sabendo acerca dos caracteres antropológicos dos seus habitantes. Numa palavra, fundando Herculano a História de Portugal, no período Asturo - Leonês, cometeu um erro grave, privando-nos da verdade e cerceando-nos um título de glória e fundo orgulho.
É justo citar aqui a obra colossal de Alexandre Herculano: Portugália Monumenta Historica, verdadeiro Tombo de antigos pergaminhos. sobre os fundamentos da História Portuguesa, anterior ao século XII, versando costumes tradições e mitos de antepassados povoadores.
Ventilou-se tudo, por cima da terra,não se lembrando de que por baixo dela se encontravam as fontes que nos ligam aos Lusitanos. Sarmento Martins e Alberto Sampaio foram mais felizes.
A revista Portugália reacendeu os estudos dos novos documentos que nos chegaram às mãos, após as escavações, no alto dos montes, com valor estratégico. Foi, afinal, como um renascimento!
As origens da nacionalidade despertaram o desejo de muito estudo e exame acurado, investigando e comparando a natureza das raças, a contextura dos povos, e os caracteres específicos de cunho antropológico, bem como étnicos foram comparados aos dos Portugueses. Um trabalho profundo, levado ao pormenor! Não faltou o rigor científico.
Haveremos notado como era singular o regime político e social destes povos antigos que bordejavam o Oceano. Os príncipes e os cavaleiros viviam em comunidade com os lavradores.!A nobreza não formava casta. Humano e lindo! Fundamentalmente, popular e democrático Também assim fazem os povos civilizados do nosso tempo?!
Ouçamos Oliveira Martins: “ A Hispania (Pen. Ib. )foi, por todo o tempo, uma democracia. Foi-o, na sua existência de tribo; foi-o,sob regime municipal romano. A invasão das instituições germânicas, aristocráticas, não pôde destruir a Constituição da Hispania nem fundar,, no seio dela, o regime da hereditariedade. como o fundaram, no resto da Europa”
“Este facto,social e histórico, combinando-se com o carácter da raça,, com a nobreza, o orgulho e a independência pessoal, fez da Península uma democracia ora militar. ora eclesiástica ora monárquica, ora oligarquicamente governada. O fundo, como as rochas ígneas era inabalável: o resto eram acidenttes como os terrenos superiores, sujeitos às influências erosivas das correntes, isto é, às acções determinadas pela vontade dos homens.
Ora, esse fundo, como as rochas ígneas, é hoje o pedestal da República. Condensa a alma dum povo, ao longo dos séculos. Sempre democrata,é a síntese indissolúvel do carácter étnico, moral e social, uma nacionalidade cujas origens se confundem com a história do próprio solo nacional, desde os períodos geológicos do quaternário.
Herdaram os homens dessa pimitiva sociedade portuguesa a irmandade e uma pobreza forte. A nobre humildadde desta pobreza forrte é,ainda hoje,,uma qualidade ingénita deste pequeno povo de Portugal.
Há quem lhe profetize o glorioso renascimento dos tempos áureos dos séculos XV e XVI? Aquele das epopeias!
Outros terão pensado, contrariamente, neste século XXI, em que já nos encontramos.
Envergonhados, talvez, pela exiguidade a que nos reduziu o 25 de Abril, de 74, cortando-nos cerce os laços fortes que nos uniam ao passado glorioso e entregando tudo aos inimigos da Pátria, consubstanciada em Salazar, abarrotaram seus (deles )cofres , com largas somas, passando a viver como nababos, enquanto a maioria, esmagadora e grossa, vive sempre inquieta e desassossegada, por escassez de tudo quanto precisa, para viver com dignidade.
Precisamos de alguém que seja carismático e sacrificado como Salazar, para que se evite o colapso horrorodo deste povo imortal.
A temporada que vai correndo, mercê de causas várias, umas externas e outras internas, figura bem claro estar-se a degradar e, com ela juntamente, o patriotismo nacional.
Em nossos dias, toda a gente sabe, até os analfabetos, o que vai por esse mundo.Ora ,ouve-se dizer que o ordenado mínimo da União Europeia, é superior ao nosso; que os outros afinal têm que chegue, para o necessário; que tudo. por lá. é mais barato; que os artigos de fora, com o transporte pago, . ficam mais em conta que os nacionais; a mesma coisa também, no tocante âs casas. O Zé povo escuta, faz o paralelo e, vendo o que sucede, compra o importado e não quer saber de mais cantigas, Tudo isto contribui, cada vez mais, para arruinar a nossa economia: preferindo o estranho,voltam as costas au nacional.Tudo faz esfriar o patriotismo.O desamor é visivel e constrangedor!Causa angústia a nova situação.
Ouço dizer, com certa frequência: a minha Pátria é a minha barriga!
Que desolação e amarga tristeza! Haverá diferença, entre nós e os animais?! Por outro lado, os de fora abancam por aí, tomando posse de quanto nos legaram os nossos maiores! Quanto eles sofreram,para o conseguir e depois manter!Quantios sacrifícios e sangue derramado! Quantos mortos generosos, para mantermos erecta a face da Pátria! Ela que tanto se orgulhou de seus filhos queridos, no passado glorioso!
No 25 de Abril, quiseram suprimir a Bíblia da Pátria - os Lusíadas - como presenciei , em Silva Porto. Claro! Veementes protestos logo de ergueram! Só quando a Pátria já tiver exalado o último suspiro!
Enquanto os Lusíadas forem amados e defendidos, a Pátria Lusa não morrerá: é um pregão eterno de alta ressonância .vibrante e persistente. Pulsa nele o coração da Pátria.
Quantos sacrificios, mortes e perigos, para se talhar o estreito rectângulo, emancipá-lo, defenderlhe as fronteiras e levar ao mundo todo a civilização e a Boa Nova! Não pode cair uma Pátria gloroiosa que iluminou o mundo, o ilustrou sabiamente e o tornou adulto.
“ E se mais mundos houvera.lá chegara!” “ Dilatando a fé e o Império”
As nossas caravelas tranportavam sempre arautos do Evangelhio, e a Civilização foi daqui levada a todos os cantos da nossa Terra, pondo esta a rezar,em língua portuguesa. Foi um chefe africano que um dia se exprimiu da seguinte meneira: “ O idioma português é a língua que Deus entende “
Salazar disse um dia: “ Se fôssemos 1oo milhões…”
O que nós não faríamos! Ainda assim , muito fizemos nós, uma vez que Portugal, no tempo glorioso dos Descbrimentos, possuía apenas um milhão e duzentas mil almas. Tirar ainda as crianças, as mulheres e os velhinhos, que gente ficaria?!
Claro! Tivemos um impecilho que muito nos doeu, incomodou e fez sofrer, ao longo de 8 séculos! Autêntica desgraça! Um travão ,forte! Amargo espinho! O que faz a ambição junto com a inveja!
Quando o mundo inteiro dormia a sono solto. incluindo a Europa,,as caravelas do “ pequeno rectângulo “percorriam o mundo,, em todas as direcções, e fazia-o já cientihicamente!
VIZINHANÇA
Entretanto, Castela mordia-se de inveja!Mas porquê?! Queria, sim, antes de mais nada, amarrar o País Basco, a Catalunha e o reino da Andaluzia, em poder dos Árabes. Nada tínhamos com isso! Que eu saiba, a ninguém prejudicávamos. Só benefícios proporcionávamos à Humanidade. Se briilhante foi, incomparável e sem paralelo a Epopeia dos Mares bem como a ilustração que o mundo recebeu, mais ainda faria sem aquele ódio ferrenho de Castela a Portugal. Era um caso assanhado para um bom Psiquiatra! Estará sanado?
Nunca levou a melhor! Esses castelos! Essas fortalezas, ao longo das fronteiras, a que foram devidos?! Quem os motivou?
As duas guerras mortíferas - Independência e Restauração - com diversas batalhas,por que sucederam? Serviriam de lição as contínuas derrotas que eles sofreram?!
A acção dos Portugueses, por terra, mar e nos ares, foi singullar!
O primeiro homem, que voou no Mundo, foi um português - o Padre Bartolomeu de Gusmão, Que dizer também de Gago Coutinho e SacaduraCabral? Quem ensinou o mundo a navegar?
Que disse Armstrong, ao voltar da Lua? Teceu elogios à Ciência Náutica de Porugal
VIZINHANÇA (cont.)
É deleitosa a boa vizinhança, mas infernal a que o não é. Isto, exactamente, é o que sucede, em ordem à casa, como à nação. Por vizinha só tem Portugal a pátria espanhola: o resto é mar.
Havendo inimizades, só podiam surgir entre Portugueses e Castelhanos. A princípio, entre Portugal e Leão - Castela. É certo e provado que, desde o início. teve Portugal problemas gravíssimos e permanentes com Leão e Castela. Falam disso as Crónicas, a História de Portugal, os Monumentos, os vários castelos e fortalezas, que bordejam as fronteiras, sem esquecer a Aliança Inglesa, que nasceu, igualmente, pela má vizinhança que nos incomodava.
Perdas em vidas, no vil metal, desassossego, rancor e má vontade, latrocínios e vinganças, diligências várias, para que Portugal fosse riscado e jamais constasse de qualquer mapa. Que havia na base de tudo isto? Ambição desenfreada e roedora inveja Os reis católicos, ,Fernando de Leão e Isabel de Castela, haviam concebido, certo dia, um plano megalómano: reduzir à escravidão todos os povos da Hispania ( Pen. Ibérica ). Foi então decretada a pena de morte para a minha Pátria, cujo nobre povo é dos mais antigos da velha Europa., se não for até o mais antigo, pois se filia no povo lusitano.. O povo basco talvez se equipare, em antiguidade.
Quero dizer com isto que foi decretada a pena capital, para o meu País.A pena de morte para um inocente! Coisa repugnante… uma vileza!... acção cruel e desumana. contra o mais velho, honrado e respeitável.
Corria o século XI, P. C. Fernando de Leão e Isabel de Castela unem-se em matrimónio, fundindo-se os dois reinos em um só. Agora, lançam as garras a todos os povos que formam a Hispania. O famoso povo Luso - Português já contava 26oo anos e acabava de modernizar-se, politicamente..Estamos no século XII P.C. Como vemos, a nação lusa vem de tempos recuados: 13 séculos, documentados, cientificamente, pelo antropólogo, Alberto Sampaio, no seu trabalho notável “ As Vilas do Norte de Portugal. obra baseada nas escavações de Sarmento Martins..
O que se segue, até ao século XII P.C. ( 1400 anos ) é documentado por Alexamdre Herculano, em obra monumental “Portugalia Monumenta Historica, Se juntarmos agora mais 8 séculos, até ao princípio do século XXL, obteremos: 13+14+8=35 séculos.É obra! Tal é a idade do grande povo Luso - Portuguès!
O sonho dos reis católicos era, pois, açambarcar a Hispania toda! Os direitos dos povos que habitavam a Ibéria nada contavam! Em vez de “força do Direito, o Direito da força! Modo selvagem de resolver problemas! Amordaçar uma nação irmã e civilizada!
É de notar o que diz Camões, na Epopeia Nacional: que todos os povos da península Ibérica eram aguerridos.
Segundo Estrabão, Geógrafo grego do século I da era cristã, o mais aguerrido e assaz temido era o povo Lusitano
Bom. A trombeta soou, começando a luta que no século XXI P.C. ainda continua.
Além dos Lusitanos, e seus descendentes, havia os Navarros, os Bascos e os Galegos, os Catalães e o reino mouro da Andaluzia. Uma serra imensa! Havia outros povos,de menor importância, de que não faço menção.
Um pormenor curioso: na Espanha actual, falam-se 4 línguas —
Português ( Galiza ); o Castelhano; Catalão e Basco. O derradeiro não tem afinidade com as outras línguas.
Quando um povo tem lingua própria, bandeira nacional, usos e costumes também diferentes, tradições e lendas, etnia à-parte, folclore e tudo o mais .incluindo o culto e seu ritual, é um mndo separado que não admite fusão ou apagamento. É que o pensar e o sentir caminham a par.
Perante estes factos,,opiniões e sonhos, troam canhões e volteiam espadas.
Os Lusitanos persistiram na luta, e os seus descendentes continuaram o prélio, deixando uma obra que é das mais gloriosas da Humanidade. . .
Duas guerras violentas e monstruosas sacrificaram o povo português, em cujs veias circulava pujante o sangue lusitano: a da Independência,no século XIV, e a da Restauração, no século XVII.
Após várias batalhas, tanto em uma como na outra, o exército português saiu vitorioso, o que é atestado pelos monumentos que figuram no País : Mosteiro da Batalha, na primeira guerra. Chefes militares: D,João I e Nuno Álvares Pereira.
Pelo bom êxito na segunda guerra, o rei D.João IV ofereceu â Virgem a coroa real (voto feito); um cordão de ouro,com um quilómetro de comprimento; um percurso, a pé descalço, com igual medida; uma igreja â Senhora da Vitória, que pode ver-se ainda,em Guimarães.
Com muita mágoa, registo aqui triste novidade ( talvez ) para muitos Portugueses: o cordão de ouro e a coroa real estavam guardados ,em Guimarães, no conhacido Museu, Alberto Sampaio e foram roubados por mãos criminosas e sacrílegas, no último quartel do século XX.
Esta informação recebi-a pessoalmente, no próprio Museu, aonde eu fui,para contemplar tão rico tesouro,,
Nas Guerras monstruosas a que fiz referência, o sangue português, a fé e o patriotismo revelaram seu valor e impuseram respeito aos nossos inimigos. Não se lembraram eles de que em nossas veias corre sangue lusitano? Não escreveu Estrabão, Geógrafo grego,no século I P.C., que o povo Lusitano era o mais aguerrido, respeitado e temido da Península Ibérica?
Como vemos, são os de fora que o reconhecem!
Alcácer Quibir e a perda irreparável do nosso Rei, que não casara ainda,deixaram o trono vago, sucedendo-lhe então Filipe II de Espamha, que era candidato ao trono de Portugal,uma vez que pertencia à família real do meu País. Havia mais candidatos, mas não podiam bater-se com o estrangeiro: não tínhamos, à data, forças militares, que ficaram dizimadas, em Alcácer Quibir. Sobe então ao trono Filipe l de Portugal, II em Espanha.
Os símbolos habituais da independência - Língua, moeda e bandeira - foram mantidos.
Passados anos, sobe ao trono Filipe IV de Espanha e III de Portugal. O duque de Olivares tenta o golpe mortal: reduzir a terra lusa a província espanhola, como havia sucedido à Catalunha, ao País Basco e ao reino árabe da Anbdaluzia.
Esta afronta e vilania levantou prestes uma onda de protestos e indignação, fazendo vibrar todos os corações.
Começava, pois, a 2ª Guerra que saiu vitoriosa, após várias batalhas.
Fé e patriotismo, como acontecera na citada crise do século XIV, operaram o milagre .Houvera sempre boas relações e vizinhança amiga, teria sido melhor para ambas as partes, mas o orgulho castelhano e a sua ambição é que impuseram o grande sacrifício da vergonha e da derrota. Até canhões estrondearam, nos campos de Aljubarrota
Já fiz alusão aos padrões imorredouros que atestam, para sempre o valor dos Portugueses, descendentes que eram dos famosos Lusitanos.
Os espinhos. porém, levaram-nos à glória, porque era justa a causa defendida, com fé e patriotismo.
Ao longo de 8 séculos, houve sempre questões, originadas pelos nossos vizinhos. Ninguém diga por aí que era boa vizinhança!
Ao sul da Índia, fica a Ilha de Ceilão ( a Tapobrana de Camões )que nos foi extorquida. Ainda hoje se lá reza em Português. Isto me garantiu uma jovem senhora, de lá procedente.
A cidafe de Ceuta que permitiu os Descobrimentos, ficou também na posse indevida dos nossos vizinhos, após o reinado de Filipe III de Portugal. Outro latrocínio é também a posse indevida do concelho de Olivença, formado que é por 22 ou 23 freguesias.
É também conhecido o caso das Canárias, aonde nós chegámos primeiro que ninguém, Res primi capientis,dizia já o Direito Romano. Quem lá chegou primeiro? Não foram extorquidas, mas o Papa Alexandre VI. que era espanhol…
Por que ocuparam a saudosa Olivença que era nossa havia séculos? Estamos à espera que breve a entreguem a seus legítimos donos. O espírito absorvente e dominador julgam alguns que já não existe, em nossos dias.Puro engano! Está vivo como outrora, mas disfarçado.
Antes de ir para Angola, em 1972, encontrando-me em viagem, pela Espanha, deu-me na cabeça para investigar se o problema era igual, na época presente. Precisava, para tanto, o Compêndio de História, utilizado nas Escolas e Liceus da terra espanhola. Com isto em mira, compro um livro , para elucidar- me. Feito isto, lanço os olhos por certas páginas, que pareciam suspeitas, sublinhando algumas palavras, onde o veneno era mais evidente.
Em 1972, larguei de Portugal, na velha Europa, mas deixei em Lisboa dois recipientes, abarrotados de livros,entre os quais se encontrava a História Universal, adoptada em Espanha. Desejava reflectir sobre o tal assunto, nalgumas páginas, assinaladas.Sem eu contar,demorei 8 anos, em vez de 3 meses, pois me convidaram lá,para dar aulas.
Em 1980, regressei a Lisboa, mas os tais livros tinham desaparecido. Foi pena! Não obstante o caso, guardo ao vivo o estado emocional que produziu a sua leitura.Fiquei revoltado e mal disposto, por aquilo que vi e repudio, com toda a alma! É inaceitável. escandaloso e vergonhoso escrever-se alguma vez o que eu observei com os meus próprios olhos! O veneno de sempre!" Integração fraterna!"Só por escárnio! Por falha psíquica.Não será isto uma tara nacional?!Deus nos acuda!
É brincar com tais assuntos! Integração nunca! Nem no fim do mundo! Só por caçoada! De nada valeram os 8 longos séculos de tamanhas desgraças?! Palavra de honra!Deus nos livre de tais vizinhanças! Erguer-se-iam no sepulcro os milhares de heróis que deram a vida pelo torrão natal!
Interessa, claro, a boa harmonia e relações excelentes. Outro caminho jamais!
Só em 1516 é que terminou a luta feroz pela escravização dos povos peninsulares que prosseguem amarrados.
O citado livro não me sai da memória: gerou suores que ainda persistem e ficarão até morrer.
Nós, os grandes arautos da navegação…os batedores do Mar… Mestres da Navegação, merecemos apenas uma única página, registada em Espanha!, Mas ao caso deles deram 36. Todo o mundo sabe que Fernão de Magalhães e Cristóvão Colombo eram homens nossos, ao serviço de Espanha. O primeiro foi o maior do mundo. Ambos estudaram em Portugal a arte de navegar. Apesar de tudo, 36 páginas, consagradas ao tema!
Vou citar de cor algumas palavras que jamais esquecerei e vi na citada História: … «portanto, não devemos descansar,enquanto não conseguirmos a FRATERNA E TOTAL INTEGRAÇÃO DE PORTUGAL NA ESPANHA, COMO MANDA A HISTÓRIA E A GEOGRAFIA.
É ESPANTOSO COMO SE ESCREVE ISTO E SE ENSINA AINDA,APÓS A LIÇÃO TREMENDA DE 8 LONGOS SÉCULOS!.
Até porque as razões são falsas e repelentes.
Quanto à Céografia,sabemos muito bem que não há vales profundos, a servir de fronteira. Igualmente faltam montanhas alterosas e rios caudalosos, mas há outras barreiras que são mais poderosas: o sentir e o pensar dum povo inteiro, seus usos e costumes; a sua bandeira; as suas tradições; o seu folclore; as alegrias comuns e as suas tristezas, por igual compartilhadas; todo o seu passado, bem como os adágios, nacionais e regionais,etc. É isto, sim, o que separa os povos. Não falo na moeda, na bandeira e no idioma.. Os Lusitanos e seus descendwntes somos iguais… somos os mesmos.
Se me volto para a História, o abismo é igual ou maior ainda. O povo português é antiquíssimo, como bem provaram Sarmento Martins e Alberto Sampaio, corrigindo erros de Alexandre Herculano, com documentos incontrastáveis:15oo anos, antes da era cristã.! Leia-se, a propósito, a obra notável de Alberto Sampaio « As Vilas do Norte de Portugal», onde faz uma análise assaz exaustiva de 13 séculos, até à vinda dos Romanos ( século II A,C.).
As escavações de Sarmento Martins vincam a fundo a relação directa com os Lusitanos.O indivíduo político é do século XII, mas o povo real , Lusitano - Português conta a rigor 3504 anos
Quem é mais antigo,na pen. Ibérica, e até na Europa?
Cunclusão: são falsas e falaciosas as razões apresentadas, nos Liceus e Escolas dos nossos vizinhhos.
Para rematar este assunto delicado: nós temos razão. Por isso, lavro aqui o meu protesto e peço, para não dizer”exijo”que os nossos vizinhos risquem de vez o que escreveram e ensinam ainda nas suas Escolas, porque ministram uma grande mentira, uma perigosa e falsa razão.
Prefiro e defendo uma boa relação entre as duas partes, mútua cooperação, grande transparência e muita lealdade, mas só acredito nisto, quando a fraternal e total integração for cancelada. A lição de 8 séculos não terá chegado?Ou será talvez deficiência da memória?
Salazar e todos nós ajudámos a Espanha, nos dias terríveis da Guerra Civil. Que diz o adágio para casos destes? «Amor com amor se paga» Tenhamos presente o que vou recordar aos nossos vizinhos:1º A Galiza fala Português e não Castelhano; 2º o Geógrafo grego, de nome Estrabão, diz que a Galiza fazia parte da Lusitânia. Ele viveu no século I da era cristã; 3º as leis fonéticas da evolução da Língua são as de Portugal e não da Espanha
Em 712, Árabes e Berberes invadiram a Hispania, com forças militares, agigantadas e poderosas, bem organizads e já portadoras de civilização mais adiantada. Nestas circunstâncias, só um caminho havia a seguir: o de recuo, até que os povos da Pen. Ib. se organizassem, para atacar.
Iniciava-se a Guerra da Reconquista, voltando os habitantes desta Península às terras que eram suas.
O ideal dos invasores era muito outro, no tocante à religião, bandeira e moeda, tradições e usos, folclore e história, sentir e pensar, Para longe, pois, a aceitação da Língua e do culto religioso.
Oposição total, já que eles intentavam submeter os povos ao culto do Islão. Este objectivo não vão consegui-lo. Problemas novos e séria fonte de grandes senões.! Estas razões e outras mais formaram barreira contra os seus ideais. Por outro lado, as etnias eram diferfentes, não havendo. portanto, afinidades, como sucedera com os Romanos.. Estes invasores tinham afinidades tanto de Língua como de etnias. O mesmo acontecera com a invasão dos povos Lígures que deram origem à civilização Ibero - Lígure, donde se originaram vários dialectos que, por sua vez, deram as Línguas indo - Europeias, com excepção do Basco.
Aguerridos como eram os povos da Península, todos se uniram, lutando fortemente contra o inimigo. Os combates frequentes obrigaram o invasior a recuar gradualmente, de norte para sul. D.Afonso III, Rei de Portugal, expulsou-os, definitivamente, da província do Algarve.Foram 5 séculos de lutas ferrenhas. Os nossos vizinhos prosseguiram na luta, conseguindo escorraçá-los dois séculos mais tarde. Estava libertada a Andaluzia.
Por várias razões, era difícil afastar os Árabes..Algumas delas já foram apontadas.
O plano deles era submeter a Europa inteira, mas Carlos Martel, na batalha de Poitiers, infligiu-lhes tal derrota, que os fez desistir de continuar, resolvendo então, recuar,de vez, e ficar na Península,que de modo nenhum queriam largar. Foi-lhes muito penoso deixar a Hispania. Daí a dificuldade em escorraçá-los, de maneira pronta
O novo plano, agora, é assegurar a posse da Hispania e defendê-la de cobiças alheias. Pela sua dureza e trato hostil, desiludiram os povos da Hispania, que haviam lidado com os Romanos, de forma admirável e cordial. As circunstâncias eram diferentes. Com os Romanos, havia,decerto, afinidades lihguísticas e outros factores de aproximação,pelas etnias..
Pelas discordâncias,,travou-se entre as partes uma guerra de morte, até conseguur a sua expulsão. da Pen. Ibérica. Como jã foi dito, só volvidos 7 séculos, se tornou realidade, na Pen. Ib. o fim da Guerra. Cerca de 8 séculos andaram eles por cá.
Um dos grandes obreiros desta nobre empresa foi o nosso Rei D. Afonso Henriques
***.
.Terminada a Guerra da Reconquista, tentaram os povos refazer as suas vidas, organizando a defesa e delimitando os seus territórios, segundo o Direito, o pensar e sentir, a Língua própria, usos e costumes e velhas tradições.
Os povos Ibéricos libertaram a Península e julgaram-se todos com direito igual, constituindo distritos, condados e embriões de futuros reinos: Condado da Galiza, Condado de Portugal, Reino das Astúrias e de Leão, e assim por diante. Estão eles todos em pé de igualdade e todos defendem os seus pergaminhos
No que respeita a nós, o nosso viver é na faixa ocidental, cujos habitantes, luso - portugueses têm por igual o sentir e o pensar, a Língua e tradições, Religião e cotumes, a caça e a pesca bem como o pastoreio, com o tempo a rodar..
***
Começa, desde logo, a manifestar-se clara a ambição desenfreada do pequeno reino de nome Leão. Com tal objectivo, começa logo por subestimar o nosso Condado, colocando-o breve na sua dependência. Surge pela proa o grande guerreiro, Afonso Henriques. Ele é que vai talhar o destino do Condado, dando-lhe as fronteiras que já tivera antes, quando habitado pelos Lusitanos, que foram, na verdade, os antepassados dos dos Portugueses. É, pois, a Lusitânia o enquadramento, em que se revolve toda a máquina de guerra, alargando as fronteiras , para além do Condado, no sentido do sul como do norte.
Isto,exactamente, já tinha acontecido, em tempos recuados, quando a Lusitânia se estendia, desde o Algarve, ao sul, até ao Mar Cantábrico, no extremo norte, segundo Estrabão, Geógrafo grego, no século I P. C
De novo me afastei, embora não muito, mas retomo já o fio da meada
Alegava a dita História, em Língua espanhola, que eram duas as causas da união exigida ( integração ): uma, histórica; outra, de cunho geográfico. Eu contesto-as ambas, reduzindo-as a nada. Sei que já o fiz, mas dá-me prazer voltar ao assunto. Desejo vincar, ainda mais, se for possível, os meus argumentos. Perdoem os leitores e as minhas leitoras!
Comecemos já pela primeira. Historicamente, prova-se o contrário, pois as escavações, no alto dos montes, onde houve castros, ópidos e citânias bem como fortalezas, acrescentando o estudo das velhas necrópoles ( cemitérios de recuadas eras ), garantem o contrário da citada história, em língua espanhola.
Mostram os estudos, realizados por Sarmento e Alberto Sampaio, os caracteres étnicos e antropológicos, apurando assim este facto motável e surpreendente; há coincidência com os dos portugueses.
Segundo Estrabão, escritor grego do século I P. C, a árvore genealógica do povo lusitano era a mais pura dos povos da Hispania. Daqui inferimos que não é poluída a ascendência portuguesa.
Portanto. as nossas raízes abrangem decerto o quaternário médio, se não já uma fase do Terciário. Em 1866, o Arqueólogo português, Carlos Ribeiro, encontrou ferramenta do homem primitivo ou do seu precursor, nos aluviões do Tejo e do Sado.. Trata-se de machados de pedra lascada.., ( a pedra foi encontrada) Ficava a impressão de ser anterior a Adão e Eva, (ontrário à Bíblia.)Ainda que seja apenas do quaternário médio, já essa criatura é contemporânea dos fenómenos geológicos.
Ora, a que vem tudo isto? Tende a provar que o povo português não surgiu fundido no reino de Leãlo, mas lhe é anterior milhares de anos, em sua alma,identidade, coração e ânimo, realizações, obras e vivência.
Não se trata,,pois, de um povo moderno, como disse Herculano, que desconhecia os importantes dados das escavações, feitas nas montanhas e nas necrópoles.
Vamos ao caso da Geografia.
De nada servem as linhas de água? E o sistema terminal dos rios espanhóis? Que dizer ao regime de todos os rios? Que dizer quanto à índole de ambas as nações? Bem opostas, às vezes, e sempre diferentes! A gente portuguesa é franca e amorosa, sentimental e indulgente, fácil no perdão, carinhosa e doce, avessa à crueldade, não odienta nem reservada, amável e lhana, transparente e expansiva.
Como trata os animais a nossa gente? Sirvam as touradas como exemplo, Como foram tratadas as famílias imperiais do Peru e do México? Tenho em mente os Incas e os Astecas, Alguém ficou, para contar?! Outros o fizeram! Quem levou de lá os tesouros imperiais? Alguma vez os Portugueses fizeram isso, usando tais meios? Não foram queimados, ingloriamente, ficando ricos todos os .membros da expedição?
Faltam, na verdade, altas montanhas; rios profundos e caudalosos,mas há uma alma que tudo suplanta. pela diferença, tão ,abissal! São,pois, falsos e tendenciosos os dois argumentos, invocados, há muito,pelos Castelhanos. Eu suspeito que é doença, Curem-se primeiro.
Dêem que fazer aos Psiquiatras e verão depois quem tem razão.
Uma vez tratados, pondo a cabeça a funcionar direito, já podemos resolver os nossos problemas como pessoas de bem.
Alguém julgará,por estes dizeres, que se anicha em minha alma ódio e rancor ao povo espanhol. Não é verdade, mas julgo ofensivo, inadequado e censurável, para não dizer impróprio de cristãos e bons vizinhos o que foi praticado, ao longo dos séculos .em ordem a Portugal. Porquê? Não temos o direito de viver a nossa vida?! Assim, em paz e sossego, pondo de parte a mania incurável de quererem reduzir-nos à inexistència?!
Se Deus nos criou livres, bem dotados e capazes de gerir a nossa vida e de nos realizarmos!.. Não é isto verdade?
As páginas mais belas da História da Humanidade foram escritas pelos Portugureses, no século XV e XVI!
A nossa Epopeia - os gloriosos Lusíadas - bem o asseguram: «E se mais mundos houvera,lá chegara»-
Qual a minha posição,ante a nossa vizinha? Viver cada povo em paz e harmonia, sem vistas cobiçosas, incomnvenientes, inadmissíveis. Matar esse verme que persiste corroendo os nobres fundamentos que asseguram a paz.Haver boa união, convergência de interesses, ante povos estranhos que prejudicam; desculpar os defeitos; esquecer os agravos; sepultar o orgulho, a vaidade e até o patriotismo, quando seja exaltado e nocivo ao próximo.
Nos quadros parietais da minha Escola Primária, havia legendas, com figuras variadas, assaz desprimorosas para os Castelhanos, mercè de atitudes, maneiras e acções que prejudicaram o meu País.. A sua leitura e reflexão despertavam nas almas grande má vontade , contra os nossos vizinhos. Nem outra coisa era de esoperar! Este azedume perdurava e crescia, ao longo da vida. Era como chaga, bastante dolorosa que jamais nos largava.
Um dia mais tarde,chegou-me á estante um livro de Sardinha, nome prestigioso deste nosso escritor. Li-o com interesse e bastante prazer. Atrás dum livro, outros mais vieram, deste mesmo autor.. Fiquei desllumbrado e mudei o pensar, no tocante aos Espanhóis. Era um convertido, não para fusões ou integração, mas para criar um novo sentir e jeito de pensar, em ordem aos vizinhos. Posteriormente, chegou-me então às mãos a referida História, adoptada em Espanha. Voltei quase ao passado. A culpa não é nossa!
Prefiro, no entanto, as boas relações, mas o exemplo deve partir da outra parte. Agora, um àparte, O nosso iilustre Garrete foi acusado, injustamente, de puro Iberismo, devido a uma frase que um dia usou: «Espanhóis somos nós todos!» Foi mal interpretado! Eu conheço bem toda a obra do autor onde se mostra grande patriota.O sentido verdadeiro é muito outro: habitantes da Hispania (Península Ibérica)
Portanto,”peninsulares”. Não haja confusõea!
APÊNDICE
O que vou tratar ficaria melhor logo no princípio. Apesar de tudo, julgo oportuno juntar algumas notas de carácter histórico, meras apostilas, com firme apoio ao que deixei escrito, anteriormente.
Querendo alguém estudar a Pré - História, não pode basear-se em documentos escritos, bem entendido! Pois se eles não existem! Por esta razão é que Alexandre Herculano errou cabalmente, fazendo afirmações ,sem carácter reservado. O que ele afirmou, peremptoriamente, devia apresentá-lo como possível a seus leitores.
Em casos destes, impõe-se o método \naturalista\, seguido em Portugal por Carlos Ribeiro, Sarmento Martins e Alberto Sampaio. É este o caminho dos Arqueólogos e dos Antropólogos.
Primeiramente, escavar o subsolo, para desenterrar as gratas memórias que nos ligam ao passado, obscuro e desconhecido, Uma vez ao sol, estudam-se os esqueletos, os crânios corroídos, os objectos de uso, a indústria já lançada, as reservas de caça ,o curioso habitat do homem primitivo, e assim por diante.
Em solo português, jaziam enterrados os vestígios mais antigos da indústria humana. Ao mesmo tempo, fazia-se em França idèntico achado, comfirmando o sucesso de Carlos Ribeiro, aqui em Portugal.
Não seria, talvez, como o homem actual, mas uma forma de transição, É isto o que supõem grandes especialistas, na bela Ciência da Paleontologia. O que se tem avançado como indubitável é que foi somente no Quaternário médio que o homem apareceu . i A teoria do Terciário é apresentada com certa reserva. É por isso que falam num homem de transição, o que estaria decerto contra o Livro Sagrado, que apresenta o homem logo acabado, no Paraíso Terrestre.
Deixemos a discussão, mas devemos lembrar-nos de que o tal precursor seria anterior aos primeiros Pais, Adão e Eva, Não é de aceitar. Sendo como dizem aonde iria parar a origem monogenética da espécie humana!
O aludido precursor ficou sendo conhecido como anthropopithecus ( homem - macaco)
Um facto curioso : Em 1884, apareceram, na Ilha de Java, em terrenos terciários ( Indonesia )os restos esqueléticos dessa forma precursora, um ser de transição, de porte vertical, com outras características, também humanas, Foi designado por “pithecusanthropus erectus.
Chama-se eolítico o primeiro período da civilização.
Em idade mais recente, nos depósitos das cavernas, e em terrenos de aluvião do período quaternário, encontraram-se objectos mais aperfeiçoados, o que denotava a presença do homem e uma civilização já mais adiantada. É a época dos trogloditas e dos caçadores, Aparecem as indústrias caseiras ( vestuário, olaria) É o período paleolítico. Já se faz a trepanação e enterram-se os mortos nas criptas naturais. Os ossos dos animais são aproveitados para, utensílios e objectoa de adorno, mas o homem vive em cavernas e abrigos naturais. Aparecem figuras de vários animais,, onde se revela o gosto artístico
Verifica-se o facto nas grutas curiosas dos Pireneus e de Altamira.
Todos estes achados., na Pen. Ibérica. revelam claramente a existência do homem, no Quaternário e, duvidosamente embora, no Terciário.
Terá o homem coexistido com os fenómenos geológicos que nos deram o território peninsular em que entram as formações terciárias dos vales do Tejo e do Sado? Ali apareceram objectos de pedra lascada. Estará certo o raciocínio? E a tese monogenista? Não é a partir de Adão e Eva?
A partir da dúvida, poderá tirar-se uma conclusão, certa e aceitável’?
Em novas pesquisas, vão-se encontrando vestígios claros de aperfeiçoamento, em tudo aquilo que o homem toca: a pedra, os ossos, o desenho, o habitat, a mesma indústria, seja ela rudimentar. É o período neolítico : finaliza a Idade da Pedra, .
.Aos abrigos naturais junta o homem grutas artificiais e já constrói choupanas, à beira dos lagos, sobre estacaria. Aparecem vestígios de vida comunitária; revela-se bem o culto dos mortos que são inumados dentro da habitação, sob a lareira; seguidamente, aparecem já túmulos megalíticos, à semelhança das suas casas: É o tempo das necrópoles. Os túmulos são câmasas de grandes blocos, cobertos ainda de montes de terra
Ao lado dos cadáveres, aparecem objectos de uso diário: vários utensílios e mobiliário; os seus adornos bem como as suas armas. Tudo revela a crença numa vida futura.
Nos vários planaltos do norte de Portugal, pôde observar Ricardo Severo várias séries de túmulos megalíticos.
Em algumas estações da Idade da Pedra, já começa a notar-se o uso dos metais. O primeiro destes a ser aplicado é, na verdade, o cobre, de que há muito ,cá na Peninsula. É no Algarve que aparecem os primeiros produtos feitos de cobre. Juntando-se este com o estanho, resultou o bronze que é, de facto, muitíssimo duro. É a Idade do bronze, cá na Penímsula.
Os factos pré - históricos, aqiui na Península, têm lugar à-parte. em relação à Europa, mercè, claro está, de caracteres locais e cronologia própria.
Durante a Idade do bronze, permaneceram em Portugal,,ao menos em algumas zomas, as necrópoles magalíticas ( de dólmenes. )Regiões houve no País, em que os grupos familiares se conservaram nos planaltos, sob a Idade da Pedra, enquanto nos grandes vales e na zona marítima, junto âs estradas das migrações, gozavam os povos de civilizações mais adiantadas.
É de tomar em conta o que passa no Brasil: os aldeamenros dos Índios aborígenes, concentrados nos sertões, ainda se encontram na Idade da Pedra.
Um facto curioso: no exíguo território de Portugal, observa-se a permanência do ser humano, desde as suas origens, evoluindo gradativamnte.
Composição étnica.
A população da Península Ibérica era mesclada. As duas raças primitivas já se tinham combinado( de crânios lomgos, uma; de crânios largos, outra.) em produtos de mestiçagem.
Qual deles foi o introdutor de nova civilização? O elemento primitivo foi o de crânio longo( dolico-céfalo ); o invasor, o de crânio largo( braquicéfalo ). Cabe ao segundo o papel civilizador
A seguir ao Bronze, aparece então a indústria do ferro. No norte da Península, há jazidas vultuosas e bastante ricas.

Anunciam-se já os alvores da História..
Os navegadores fenícios e gregos deixaram legendas de seus roteiros e périplos. Mas interpretar,com exactidão,esses documentos?! O que vale são os dados arqueológicos que denunciam formas e caracteres das civilizações.Os dados antropológicos elucidam-nos, quanto aos tipos humanos, fundamentais. As famílias as tribos e as cidades estão colocadas no alto dos montes, em posições estratégicas.
Geralmente, um sistema complexo de muralhas concêntricas defende e preserva estas primitivas e curiosas cidadelas. Assim puderam opor-se, durante séculos, às legiõoes invasoras do Imp«erio Romano.
A pouca distâncuia, eram postas as necrópoles ,cujas sepultiras,com mobiliário fúnebre, são o repositório da história verdadeira destes povos antigos.
Os castros e cividades com as necrópolres,adrede fortificadas do norte de Portugal, foram exumadas por Sarmento Martins.O estudo exaustivo, levado a cabo pelo grande Arqueólogo, reveste,por certo, grande importância, no que respeita aos dados valiosos, para a história dos povos bárbaros da Lusitânia.
A esses montes,com suas ruínas,chama o camponês “ Castelos de Mouros “: todos cercados por altas muralhas, impenetráveis. Deles partia, por modo geral, um caminho subterrânio que levava ao rio ou fonte próxima.. Por ali seguiam, em busca de água e levavam a beber os seus aninais. Junto à fonte havia um deus bárbaro, que a protegia. Neste passo, é de tomar-se em conta o Castelo de Sabroso , centro do Minho. Este modelo conservou-se estranho às influências romanas. Entre os detritos, aparecem louças, armas, utensílios e vários adornos: lâminas diversas de sílex lascado; machados de pedra polida.
Estes dados revelam a persistência, no solo português, de povos autóctones .No citado Castelo, infundem respeito e geram espanto suas grossas muralhas de 5 metros de altura e grossa alvenaria..Circundam estas um aglomerado de casas cilíndricas, que figuram moinhos , com estreitas ruelas, sempre lajeadas.
. , A história destes povos é paralela à história geológica do mesmo local.
Em Portugal,Sarmento Martns e outros Arqueólogos haviam afirmado a remota independência da civilização do Ocidente Ibérico. Grato nos foi saber que um sábiio estrageiro, estranho pois, às nacionalidades peninsulares, viesse proclamar este facto notável e glorioso.
Entre os exemplares desta Arte Ibérica, evidencia-se o célebre busto da Mulher de Elche, ainda conservado no Museu do Prado .É uma obra-prima da arte ibérica
Os Lígures, aparentados com os Albiões primitivos, das Ilhas Britânicas, os Oestriminos,Cinetos e Tartéssios da Península, teriam sido os transmissores desta civilização de carácter micéni
co, levando-a até às margens do rio Reno; às praias do Báltico e talvez ao sul da Escandinávia. ( Sarmento Martins )
Foram os povos lígúricos do litoral ibérico os guias seguros dos primeiros Argonautas das Lendas Gregas e também Fenícias, quando em busca do tosão de ouro, pelo extremo ocidente da velha Europa. As lápides várias de caracteres ibéricos garantem a tal escrita de uma antiguidade incontestada. ( escrita fenícia )
A Arqueologia pré-histórica, com o seu método naturalista, veio esclarecer o grave problema: desfez para sempre a miragem oriental, que situava, nesse ideal paraíso onde raiam as auroras, a fonte original de todos os povos e civilizações; igualmente se desfez o velho romance da civilização, com a origem fenícia do seu alfabeto e dos seus inventos
Afirmou-se, com nitidez, a existência de uma civilzação ocidental, abrangente dos países desta parte do Medierrâneo, das terras que se estendem, pelas costas atlânticas, pelas Ilhas Inglesas.até ao Mar do Norte; fez-se a reconstituição desse vasto mundo ocidental e desses tempos primitivos, que a história esqueceu; para além do mais puro arcaísmo grego,encontra-se uma civilização que não é oriental, que não é caldaica, assíria ou egípcia; que tem as suas Artes e indústrias; que possui uma escrita que não é hieroglífica, composta de sinais albetiformes.
Invertem-se os pólos do mapa antigo das primeiras civilizações. A Península Ibérica entre o Atlântico e o Mediterrâneo, ligando os dois continentes foi, na verdade, o entreposto natural dessas civilizações.; a chave real de todos esses roteiros, por via marítima, seguidos pelos povos, vindos do Oriente ou do Norte africano, ao mesmo tempo que o terminus das longas estradas terrestres do centro, do Norte e do Oriente europeu.
Por circunstâncias de topografia, tendo-se limitado às costas marítimas, uma parte das influências étnicas, sempre instáveis ; tendo-se acantonado outras , nos distritos centrais e sendo absorvidas pelos núcleos autóctones, um facto notável é a permanência de certos tipos étnicos,peninsulares e consequente homogeneidade do seu composto antropológico
Dentro da Península, a Lusitânia que pode considerar-se, teoricamente, o núcleo territorial da nação portuguesa, conserva o seu crácter original,linearmente defifnido.
Poder-se-á afirmar, com Sarmento Martins ,o sábio A rqueólogo português que os Lusitanos,bem ao contrário do que geralmente se pense,têm, sem dúvida, graças á posição do lugar em que vivem, uma árvore genalógica das mais puras dos povos antigos.
Formado que é por um grupo de tribos,pertencentes,em globo, à migração árica, que primeiro penetrou na velha Europa,este povo manteve-se no Noroeste da Hispania ,com a sua velha Língua, os seus velhos costumes, a sua velha cuvilização, enfim. até à conquista romana.
TIPOS ANTROPOLÓGICOS
A propósito dos povos, nossos antepassados, vamos distinguir, aplicando o processo, dito naturalista, com fins de análise, quais as raças e tipos de que se compõem os primeiros núcleos de habitadores,no país de Portugal.
Pelos estudos antropométricos, feitos sobre os restos humanos, das estações arqueológicas, desde os tempos pré-históricos , e pelas observações que são realizadas sobre os habitantes da época actual, poder-se-á separar esse composto nos seguintes elementos: 1ºRaça primitiva dolico-céfala: crânio longo, face curta e baixa estatura; face morena; cabelos escuros.. É o chamado homo medierraneus ou homo arabicus; substracto o mais primitivo de todos os países do Mediterrâneo, costas europeias e africanas, na sua metade ocidental. É a primeira raça autóctone, proveniente desse tipo de Neandertal, que vem desde a época neolítica e cujos representantes,mais puros, actualmente, se encontram localizados ,nas montanhas do Alto Minho,Trás-os-Montes e Beiras .
2ºRaça braquicéfala.
Baixa estatura; face morena; cabelos escuros. É o homo alpinus.
Considera-se a raça dos primeiros imigrantes , ditos pré-históricos. que chegaram à Península ibérica, ainda no começo do Período Neolítico. A esta raça chamaram os Antropólogos balto-eslava. ou céltica. Lígure, porém, será mais acertada: é designação, de natureza histórica. Desta raça se encontram em Portugal raros tipos puros. Em Espanha, localizam~se na região cantábrica e na Baixa Andaluzia, inclluindo a bacia do rio Guadiana
3º Raça dolico-céfala harmónica,
Crânio e face longos; a estatura alta; olhos claros; tez branca; cabelos louros ou ruivos. É o chamado homo europeus, por se considerar o tipo nobre europeu.
Apareceu este tipo, nos cemitérios alinhados das cidades do Ferro. São keinen Graber.É a raça também conhecida por kimrica, nórdica, teutónica, germânica ou gaulesa.

TEMAS DO PRESENTE
CAPÍTULO III
PARTE B
Será verdade? Leio nos jornais e algumas revistas, notícias alarmantes e inesperadas, sobre factos imprevistos e escandalosos. Empolamento? Gosto maligno de pôr ao sol as faltas alheias? Ódio requintado ao Catolicismo, sua doutrina e preceitos morais?
Acaso o diabo incarnou em alguém, com figura humana, para descrédito da Igreja Católica?
Intuito demoníaco, para a deslustrar, atacando frontalmente, com vista a eliminar a própria Igreja?
Vem este prélio com um trunfo de arromba: a homossexualidade, no meio clerical, atingindo, por vezes, elementos graduados.Abrange também a pedofilia?
A perguntas estranhas, quanto à minha pessoa, posso responder. Já o mesmo não sucede, referindo-se o caso a outra pessoa. Começo por mim: declaro e juro que, na verdade, não sou homossexual,Também não sou pedófilo. Caso o fosse, procurava um psicólogo, imediatamente, ocultando o facto., Também me ajudaria um padre sabedor e muito arguto., , ;
Quanto aos outros homens. nada tenho a dizer, por não estar ao corrente. Apraz-me, no entanto, falar sobre o assunto, de maneira geral, para esclerecer.
Venham primeiro as generalidades.
1º Que vem a ser a homossexualidade? Quais as suas divisões?
2º Qual dentre elas é anti-social,contra o nosso Deus e o nosso destino?
3º A mais vergonhosa, repelente e suja e, por isso, inaceitável?
4ºA que ninguém tolera e nunca aceitará, de forma cordial?
5º A que nunca permite a integração plena, na sociedade?
6º A que desperta sempre animosidade. repulsa e chacota?
7º A que rejeita e combate a ordem do Criador?
8º A que é tida como carga biológica?
9º Por que esteve longos séculos na clandestinidade’?
10º Por que é olhado com ironia tal jeito de viver?
11º Qual pode ser a sua causa?
12º Havera Medicina, para a debelar?
Vamos responder pela mesma ordem, observada atrás.
1º Para responder a esta pergunta,convém, de antemão, separar
os elementos que entram na palavra “homossexualidade”.
Temos, pois: homo+ sexualidade que, por sua vez, deriva de “sexual,” enquanto esta deriva de “sexo.”
Evitemos, para já, o erro vulga, segundo o qual vemos em “homo”o substantivo latino - homo - . Trata-se, antes, do prefixo grego, de forma igual, a significar - igual, semelhante.
Deduzimos, pois, que se trata de uma acção, realizada com alguém do mesmo sexo. Vê-se claramente que entra em acção o sexo masculino.
A homossexualidade apresenta, decerto, duas modaldades: global ou total e latente, quer esta seja consciente, quer o não seja.
A primeira dentre elas é vergonhosa e condenavel, a todos os títulos, por implicar relações carnais ou actos conducentes a essa função. Também, por extensão, ficam abrangidos os diversos casos, em que o prazer não é partilhado. Tais são os casos de masturbação. É o chamado “narcisismo”
Os casos vergonhosos de que já falei,impedem o acesso à Eucaristia. E a questão do matrimónio? Este, como é sabido, só entre homem e mulher, como Deus ensinou, no Paraíso Terrestre.
Será insolúvel o caso desta gente?Não. Basta renunciar à companhia vergonhosa, passando a ignorar-se, e recorrer a tratamento duplo em que entra um Psicólogo e um Sacerdote,
Além do exposto. é também proibida a adopção de crianças, em que a Igreja não cederá. Esta proibição respeita somente aos do primeiro grupo.
Sendo apenas latente a homossexualidade, sem nada de sensual, vivendo como irmãos, tenho para mim que nada impede tal adopção. nem o acesso à Eucaristia.
2º A global ou total é anti - social lporque destrói a proliferaçao do género humano.. É contra Deus e suas ordens. « Crescei e mutiplicaai-vos» - disse Ele no Éden. É contra o destino humano, porque põe em risco a salvação eterna. (Epístola de S.Paulo aos Romanos).
3º A global ou total. Por essa razão, não devem regozijar-se de tal mazela e rebaixamento, opondo-se frontalmente ao próprio Deus. Lembremos Sodoma e Gomorra, cidades antigas de que fala a Bíblia. Foram destruídas, com fogo e enxofre, pela depravação em que tinham caído os seus habitantes. que eram homossexuais. Notemos ainda que os próprios animais, não tendo inteligência , dão boa lição, nesta matéria. Alguém viu, acaso, dois machos acasalados?! Que sirva de norma tal proceder!
4º É também a global, porque todas as pessoas que são honestas e cumpridoras de seus deveres, sentem repulsa, asco e vergonha de viver e tratar com tais elementos. Além do mais.,temem fundadamente ser objectos de procura.
Por estas razões e outras mais, se abstêm de convívio, aproximação e todo o contacto.
Nota-se bem que tais elementos são olhados de soslaio, com maneiras repulsivas e palavras irónicas.. É que eles, na verdade,” não são como os outros “
5º É igualmente a global. A razão do facto vai logo notar-se no asco da sociedade aos homossexuais. Tem nojo deles, profundo receio e animosidade. Podia chamar náusea ao que sentem as gentes, por esses parvos alegres, que fazem gala da sua enfermidade e abjecta situação. Cono há-de integrá-los, se eles sentem orgulho da sua condição?! A quem inspiram eles piedade e confiança?! Por que se orgulham? Por que dão mostras, em público. de seu estado, altamente degradante?! Não fariam bem melhor recorrer logo a um bom Psicólogo.? Por que aspiram eles ao impossível Se ninguém os quer nem jamais os tolera!
6º É ,de igual modo, a chamada global.Com efeito, nem os animais, privados cono estão, de inteligência, dispondo só de instinto, se acasalam tão vilmente! A chacota é devida, claramente, às mostras públicas que todos vemos, as quais são descabidas e próprias de insensatos ou débeis mentais. A animosidade que se verifica é causada, certamente ,pelo seui impudor, descaro e leviandade e falta de senso. Outros sentimentos não podem suscitar, com o seu proceder e exigências. É a mente insana que os orienta e lhes tolhe a luz.
7º É o prineiro grupo de homossexuais. O nosso bom Deus , após haver criado o primeiro casal, deu as suas ordens: que fizessem depois o que Ele ia ordenar, pela frase seguinte — “ Crescei e multiplicai-vos..”Para isso os dotara de meios próprios Com esse intiuito, dera ao pai Adão uma rica mulher e não um homem .
A Sagrada Família, espelho nobre e imortal, que todas as famílias devem imitar, era constituída por três elementos: pai, mãe e Filho.
Não se pode enveredar por outro caminho! Nem tal coisa ´é permitida! Autêntica loucura tentar alguém fazê-lo!Acarreta isso graves castigos.
O plano de Deus, suas ordens e conselhos, ninguém se atreva a desacatá-.los! Ele é o Senhor! Só almas generosas que no profundo silêncio de seus quartos discretos se oferecem a Deus cono pára-raios da sua Justiça, fazendo penitência e mortificação, podem evitar que Deus não actue logo prontamente..
8º A carga biológica não existe, realmente,, porque ninguém há que venha a este mundo, já homossexual. Propalado o facto pela Escola de Berlim, é doutrina falsa e, como tal, deve ser repelida.
Não há carga biológica para ninguém. Houve,sim, na vida de alguém, falta lastimosa de educação sexual ou o que é pior, uma falsa educaçao de tipo sexual. Pode haver outras causas.
Em tais casos, deve recorrer-se a um bom Psicólogo e fazer tratamento.Todo homem , neste mundo, tem 3 componentes de sexualidade: o homem, a mulher e também a criança. Esta tendência da natueza humana é devida, por certo, ao pecado
original.que nos desequilibra. Entretanto, não é irreversível nem é fatalidade. Se actuarem a tempo e convenientemente, sendo bem orientada a educação sexual, apenas fica em acção a sexualidade ,homem-mulher.
.Caso os pais não se mostrem disponíveis, para tal função, devem recorrer a pessoa competente: honesta, crente e sabedora.
O instinto sexual acompanha-nos sempre , desde o nascimento até à morte. A partir da puberdade, apresenta, sem dúvida, as características, ditas genitais.
A palavra “ libido “ que Freud emprega, em seus escritos, é o instinto sexual, não genital, antes da puberdade.. Surge nas crianças: primeiro, nos lábios, depois no ânus; seguidamente, converge para a mãe; a seguir, para o pai; futuramente, para os irmãos e irmãs, segundo o sexo; sendo filho, fixa-se na mãe; sendo filha, fixa-se no pai
. .Atingida a puberdade, todas as tendências do ser humano se concentram numa só, de carácter genital ( isto,no campo fisiológico )A alta finalidade que deve orientar a educação é pôr em relevo a componente homem-mulher, combatendo e elliminando as outras duas: homem- homem; homem-criança. Assim o pede Lei de Deus, o bem do indivíduo; a própria família e a sociedade.
Como se alcança tai educação, com efeitos benéficos? Recorrendo a dois meios. O primeiro deles fornece a graça de Deus. que se traduz em força da vontade e luz da inteligência, amortecendo as dificuldades e criando energia moral, senão apetência do que é honesto, equilibrado e justo.
A parte humana ou natural: 1º sofreia, com empenho, o instinto sexual, amortecendo-lhe a marcha, para bem próprio e da sociedade; 2ºhumaniza o libido. Exige-o a parceira, por várias razões: indisposição ou doença moral; o mesmo” período”;etc.3º sobrenaturlializa o próprio libido. Quer dizer o seguinte: torna virtuoso aquilo que o não é. Recusando o prazer que os sentidos nos pedem, invoca-se a Deus, para que Ele ajude a afastar a tentação. Esta prova de fé e confiança em Deus leva o Pai do Ceu a ser generoso e complacente, contribuindo assim para o aumento da graça, em nossa alma. Deste modo, se torna virtuosa uma coisa que o não era.
Voltando ao número 2 : aos casos indicados, juntaremos, por exemplo, a ausência da parceira. Deve excluir-se sempre a falta de partilha, na questão do prazer. Nunca masturbação, ainda na ausência da outra parte.
Como norma geral de educação, deve o educador ter sempre, ante os olhos, esta norma abrangente: preparar o educando para adulto do seu sexo; torná-lo ainda consciente e autónomo e o mais equilibrado que seja possível.
Com todos estes dados, como sólidos pilares de preparação para um bom porvir, não haverá homossexuais, pelo menos do grupo global.que é tão daninho e envilecedor.É de tomar em conta que a homossexualidade pode ter ainda outras causas mais, além das apontadas. Entretanto, as mais profundas e habutuais vão explicitadas.
9º Por motivo de vergonha. de não serem como os outros; para evitarem apupos e por serem contrários à Lei do Senhor.
A desvergonha, o descaramento e insensatez são atribuídos à Escola de Berlim , que ousou lançar,em primeira mão, esta falsa doutrina. Foram Magnus Hiershfeld e André Gide que lançaram pelo mundo esta infame doutrina, apresentando a homossexualidade como carga hereditária.
Estas novas ideias são falsas na raiz. Houve ainda uma autora que, por ser mal interpretada, contribuiu para o mesmo.
10º Porque, de modo nenhum, a sociedade a tolera.. É essa a razão de ela ironizar, empregando maneiras e expressões de intolerância.
.Roguemos a Deus que breve nos livre de tal flagelo.Quanto mais se vê atacada, mais tenta resistir.
11º Este já foi tratado um pouco acima.
12º Há- de procurar e seguir a rigor um bom Psicólogo, entregando-se pronto em suas mãos. É uma doença mental.
HONOSSEXUALIDADE
LATENTE
Vem agora a propósito a segunda categoria de homossexuais.
Esta ,de facto, nao é tão grave como a primeira. e abrange, decerto, muitíssimos casos. O seu nome é: latência consciente ou inconsciente de homossexualidade. É, pois, latente, ( não carnal e oculta ) e abrange todo homem‘,à excepção, dos casados.
. Verificam-se ainda alguns casados, também homossexuais, como excepção.O libido, antes da puberdade, não é genital, o que não acontece, a partir dali. Já disse, atrás, quais podem ser as causas principais da homossexualidade.
Estamos, pois, em frente de homossexuais, ditos latentes ou potenciais. Estes são em maior número do que possa imaginar-se.
Alguns deles nem se apercebem de que são em potência homossexuais., Por isso, os dividimos em duas partes: latência consciente ou inconsciente.
Vindo a formar grupo, vivem como irmãos, põem tudo em comum e não são olhados como suspeitos,. Podem frequentar os Sacramentos da Igreja. O que eles não podem é fazer casamento. Estragavam tudo!
Por via de regra, também os não admitem no presbiterado,embora haja excepções.
Após estes elementos de carácter geral, faz-se prestesmente a pergunta seguinte: será.então verdade o que foi propalado por alguns jornais? Admitir-se-á que haja pedófilos e homossexuais entre o Clero? Pessoalmente,não conheço nenhum. Por esta razão nem afirmo nem nego. Apenas me cinjo a falar do meu caso, fazendo-o já com trasparência : não sou, de facto, pedófilo nem homossexual. Se, realmente me visse atingido, iria seguidamente, procurar um Psicólogo, para me assistir, livrando-me assim de tal vileza e grave infortúnio. É este,na verdade o caminho indicado, não havendo outro que lhe seja igual. Já o disse atrás.
Não omito, para já, a dificuldade que sinto fundo, pesar no meu espíritol, ao tratar deste assunto, em qualquer pessoa, de modo especial num sacerdote. Tudo ´é possível, neste caminhar, pelas ruas deste mundo.Já tratei,num livro, das causas gerais da homossexualidade, com alguma largueza. Neste passo, não tenho em vista a chamada “ latente, “mas a global ou total, num sacerdote.
FACTORES ESPECIAIS
Esta degradação pode ser devida: 1º à educação no lar, com vista ao sacerdócio. É nobre aspiração de muitas mães ter um filho padre. Várias razões as podem levar a esta aspiração.: umas divinas; outras, humanas.. Mercê deste facto, encaminham tudo nesta direcção: enchem de mimo os seus bebés, que ficam deliciados com tão doce viver. Juntamente com afagos, carinhos e bem-estar, vão matraqueando o estribilho mágico, logo a partir dos 3 anos de idade:" Hás-de ser padre, meu rico filho!”
A criança vai sorrindo e nada opõe, já que a mãe adorada lhe torna a vida excelente.l. O que ela quiser é que ele há-de ser.! Sente-se feliz e muito ditoso.
Com tal objectivo, vigia-lhe a existência, priva-o de brincar com as outras crianças, leva-o à igreja para todas as funções e cria-o exactamemte como se fora um anjo, não se lembrando de que ele éle é feito de carne e também pecador como os outros
meninos.A mãe é tudo para ele: enche-o de bem-estar, alegria e conforto; adivinha-le os gostos; em tudo o substitui; torna leve a sua existência; proporciona guloseimas; em tudo o satisfaz.
Sendo padre, no futuro, ajudará os irmãos e assim as irmãs; rezar-lhe-á por alma, após a morte; passa â frente dos outros meninos e cria prestígio, pela função.
O pai não conta: é só pai biológico, infelizmente, como tantos outros! Colaborou apenas no acto sexual, Quanto ao mais, é verbo de encher! Educação a um é incompleta, incapaz, insuficiente e perigosa . É que ele deixa correr, colocando-se à margem!. Até pensará que é melhor assim!.Ao que pode chegar-se! Cria-se, pois, forte desequilíbrio: é tudo feminino!, em quanto o cerca, tornando-se dependente. sem criar identidade nem ´personalidade. É e será sempre o que outrem quiser..
Em razão de tudo isto, a nossa criança não é preparada para adulta do seu sexo. Educação falhada, ineficaz, por ser contraindicada e geradora de forte desequilíbrio. Adeus, portanto, criatividade! Adeus, carácter forte, iniciativa, individualidade! Tudo se foi!
Não quero insinuar que este futuro rapaz venha a ser, fatalmente homossexual. Pode ele ainda reagir mais tarde e desembaraçar-se do fatal enredo e luzente armadilha mas, se não for assim, é candidato a homossexual! Não nasceu anormal, mas as circunstâncias agiram logo em tal sentido.
Aí pelos 5 ou 6 anos de idade, fixa-se o menino em sua mãezinha, pois fica dependente: sua vida psíquica e sentimental estacionam já. Acordará,talvez, após os 30 ou à morte da mãe ou nunca mais.
Ficará tímido.e infantil! Faltará decisão e iniciativa, quando adulto.A mãe“ possui” o filho, centrando-se nele; domina-o por inteiro. Pertence-lhe: é dela. Não podem viver um sem o outro: estão dependentes.
Ele não é pessoa… um carácter forte: antes um objecto,imprescindível, em ordem à mãe. E se vêm ciúmes, motivados pelas jovens que podem roubar-lho? Agitam-se as coisas! É o diabo à solta!
SERÁ POSSÍVEL?
HOMOSSEXUALIDADE E PEDOFILIA NO MEIO CLERICAL

Já faleilei da influência de certos casais, que podem originar homossexualidade ou pedofilia, principalmente, a partir da mãe, se for possessiva, imprescindível e absorvente, com marido biológico.
Imaginemos agora que um filho desta mãe é encaminhado para o Seminário. Primeiramente, viveu enclausurado e sempre à vista, não lhe sendo permitido jogar ou brincar com os outros meninos da sua idade, ,para ficar angélico e sempre devotado ao feroz egoísmo de sua mãezinha..Ultrapassou os 5 anos, mas não evoluiu:: fixou-se ali, ficando infantil, ameninado e tímido, sempre incaracterístico e sem identidade. O seu mundo de raiz é feminino, o que o tornou deveras ameninado e, por isso, incapaz de orientar-se e tomar decisões.. A mãezinha é quem actua.
Cresceu-lhe o físico. estacionando o sentimental, junto com o psiquico. Entrará imaturo na puberdade, o que o levará, depois, a não dar pelo “ terceiro, “Todo o seu agir, actuar e proceder fica sempre à margem de qualquer donzela, quanto a machismo. Em contrapartida, cultiva o narcisismo, jamais partilhando o prazer com alguém,Satisfaz-se, habitualmente, em seu próprio ser.
As suas maneiras são infantis e efeminadas. Está preparado para ser, mais tarde, elemento “passivo,”quer se trate de homossexualidade quer de pedofilia.
A mãezinha, afim de não perdê-lo, treinou-o de longe, para abraçar a vida clerical.
Ora ele, não tendo jamais identidade e comando próprio, afez-se já, de longa data, à toadilha de sempre: Meu filho querido, hás-de ir para o Seminário. Gostava imenso de que fosses padre! Seria tão feliz!
O adolescente, embalado que anda pelo “ bordão “ a que já se afez, concorda sempre e tem aquilo como sendo necessário, porque dá gosto à sua mãezinha.
Quem lhe dá tudo, além de carinhos, guloseimas e afagos?! Quem lhe quer assim, cá neste mundo?! Dar-lhe um desgosto?! Isso é que não! Dizer a tudo que sim tornou-se constante e habitual.
Fez a 4ª Classe, ficando aprovado com distinção. Prémios não faltaram e mimos por igual.
Para gozo da mãezinha, diz ao senhor Prior que deseja ser padre.
Perante o facto, são logo preparados os documentos, saindo primeiro o requerimento ao Seminário. O Pároco em função é solicitado, para dar ajuda, no que respeita à elaboração, tudo se aprontando no mínimo de tempo. Dentro em pouco, é deferido, mercê da informação, dada ao Seminário pelo Prior.
Começa nova etapa o angélico menino. Estivera enclausurado até ao momento em que deixava o lar. Agora a clausura é mais cerrada ainda: o Seminário-Convento põe incomunicáveis todos os rapazes que nele se encontram.
Lida só com homens. Para onde quer que vá, não trata com mulheres: no salão de estudo; em todas as aulas; na própria capela e na Ginástica; durante os recreios. No exterior não pode contactar, por ser proibido.. Viajar sozinho não é permitido: vai sempre acompanhado .(1933-1943).
Estará ele bem afeiçoado, para clausura perpétua. seu mundo artificial? Proibem-lhe romances, revistas e jornais: só livros de estudo e leituras piedosas!. A correspondência vai â censura, tanto a que vem como a que sai. É este o seu viver.
Exercícios de piedade são em abundância,mas por serem longos e não amados, torna-se autómato, aguardndo sempre que o tempo se esgote. É chuva que não penetra.
Quando em férias, é vigiado, já pela família, já pelas beatas..Trata-se, pois, de um ser manietado. sem vontade própria, num mundo artificial, a que não acha graça, pois não fora esclolha sua! Uma vez em férias, cisma longamente. Será para ele o caminho certo da felicidade o que vai trilhando? Assaltam-no dúvidas. Entretanto, desgostar a mãezinha é que ele não quer! É um íman que o persegue, constrange e cativa. Afasta-o das jovens e toda se esmera nestes cuidados.. Que o seu menino ande sempre direitinho, para não ser expuldo do Seminário, o que vê acontecer a muitos outros
Algumas donzelas fitam-no já com ar de meiguice e olhos gulosos, mas ignora este mundo que a mãezinha detesta. Por este andar, mecanismos de conquista não surgiram ainda, e o tempo da puberdade já foi ultrapassado. Continua “ fixado “ na sua mãezinha, desde os 5 anos. Ela é tudo.
Quando ela morrer, será então um calvário, se não for ainda antes. Virá, por fim, a derrocada, verificando-se então o que diz Conidillac:
«Contrariai a Natureza e ela, depois, voltará a galope»
Lembra-me agora o que sucedeu a um colega amigo que fora também o “ menino de sua mãe “.
Quando ela morreu. abriu-se o inferno, à frente dele. De tal modo se prendera, que a vida para ele já não tinha sentido.Estancara já nos 5 anos de idade e nada havia que pudesse confortá-lo. Fora sepultada na terra natal, a 12 quilómetros da residência, onde vivia o filho adorado.
Que ocorreu, naqueles dias, ao longo do tempo? Vinha a pé, em pleno Inverno, encharcando-se em água. Uma vez chegado, procurava o cemiitério, estendendo-se ao comprido, em cima do túmulo
PARTE C
CAPÍTULO IV
ÁREA LINGUÍSTICA
Para iniciar a última secção deste meu livrinho, vou oferecer às queridas leitoras e amáveis leitores um favo de mel que o grande Castilho preparou para todos, Ele aí vai, na forma original: “ Quem tem a fortuna de falar, como nós, uma Língua aberta e franca, de sons perceptíveis, distintos e claros, de agudos, graves e esdrúxulos,nas convenientes proporções. sem demasia de vogais que a enervem, como o Italiano; sem tropel de consoantes que a endureçam e arrepiem, como o Inglês: tem licença, antes obrigação de fazer dela um instrumento músico, até na prosa,”
Neste passo, alguém perguntará: “ Se na prosa é Castilho, em verso quem é?” ­— Adivinham, com certeza «Deu sinal a trombeta castelhana\ Horrendo, fero, ingente e temeroso\ Ouviu-o o Monte Artabro e o Guadiana\ Atrás tornou as ondas, de medroso» .
Pena imensa me faz ver hoje a nossa Língua arrastada pelo chão! Artigos de jornais, Radio e Televisão; desenhistas e pintores de fachadas e muros, com intuito maléfico; livros baratos, feitos à pressa , à margem de lima e sem substância, inundam o mercado! .Ressalvo as excepções, que algumas há.
Vejo, frequentemente, Automóvel - Clube: Atlético - Clube, mas isto é Inglês! Violar a Sintaxe é logo destruir o pobre Idioma. E falar Inglès ou ainda Francês, numa sessão? Será prova clara de patriotismo?! O que faz a vaidade!Não se lembram, talvez, de que só falamos bem a Língua materna?
Entretanto, vejamos o que segue. Um caso singular que tem como autor e realizador Camilo Nogueira, natural da Galiza. Este senhor muito se honra de falar Português. Merece, pois, ser distinguido, pela sua atitude. Trata-se de alguém que é distinto pensador, crítico arguto e insigne escritor.
Admiro nele também a frontalidade com que defende os seus ideais. Quem mais se admira e muito estranha são os Castelhanos, que ficam surpresos, pela sua audácia, nobre transparência e firmeza de carácter. Que o diga Asnar, em nome da Espanha.
Que foi, realmente, o que fez surpreedê-lo?
Ao discursar em Bruxelas, no Parlamento Europeu, fê-lo em Português.
Já se viu coisa assim?! Tanto desassombro e amor acendrado ao torrão natal e seu idioma?!
Uma carta
Recordo muito bem a sua atitude, que fundo me tocou, escrevendo uma cartinha, que guardo ainda, na qual apresentava as condolèncias, pela morte de meu pai.
Era adolescente, um jovem bondoso, bem comportado e com muito aprumo. Por estas razões e outras mais, cativou-me ,desde logo e jamais o olvidei. A vida separou-nos, mas o afecto persistiu e ficou para sempre. .
O caso avivou-se, quando, em Angola e. seguidamente, na Ágfrica do Sul, me vi tão longe de presenças amigas e carinhosas, estando eu tão só, no meu desamparo e solidão, após Abril de 74.
Os dois maiores amigos do Curso Teológico faleciam na Europa, ainda muito verdes; a sobrinha adorada era abatida, em Angolla - Silva Porto - como se faz a uma fera; os bens acumulados, na velha Torralta, extorquidos em cheio. Isto e o mais faziam subir, imperiosamente, a necessidade viva de aproximar-me de antigos alunos assim como alunas que mais haviam tocado o meu coração.
O desejo avivou-se, cresceu e prosperou, até que, por fim, deu em resultado locaiizar, a muito custo, residências e pessoas.
Uma vez conseguido este objectivo, foi alastrando a informação e os pormenores, acerca de pessoas que jamais esquecera.
Os contactos, agora,vão-se multiplicando e produzindo os efeitos desejados: matar saudades e rejuvenescer
Foi enorme, sem dúvida, o prazer que senti, ao ver mais uma cartinha do saudoso Avelãs. Missiva extensa, cheia de pormenores e ditos alusivos à sua carreira. por vezes com espinhos ,e grandes obstáculos, mas que ele, porfiando, com ânimo varonil. conseguiu ultrapassar.
Senti-me orgulhoso e muito satisfeito, com o seu triunfo. já que é figura de topo, no meio académico, onde tem brilhado, a desempenhar uma parte quantiosa de altos cargos, já na Política, em que foi membro do primeiro Governo, pós -Abril - 74, já na Universidade, onde é Vice - Reitor e Catedrático de Economia, havendo já dirigido essa Faculdade.
Juntamente com isso, manteve sempre a linha, sem altos e baxos, com a determinação que manifestava já, nos primeiros 5 anos do curso Geral, nos tempos do Liceu.
Sempre comedido, prudente e aplicado, não era invejoso nem prepotente, ao lidar com outros.
Exibicionismo, como às vezes sucede, entre alguns jovens, por serem mais dotados,nunca eu notei.. Metido em si, falando apenas o necessário, mas com serenidade e domínio de si nesmo!,,
Por não ser vaidoso nem impertinente, amesquinhando os outros ou impondo a sua vontade, tornava-se querido e muito prezado, no meio estudantil..
Quem o não conhecesse, um tanto de perto, e com assiduidade, não ia futurar que viesse a elevar~se, de modo extraordinário, como realmente veio a suceder. Outros menos dotados chamavam as atenções, de maneira vincada, porque apareciam e falavam exuberantes, procurando, sempre, chamar a atenção e dar nas vistas, tirando proveito, com intuito fixo de superioridade.
O jovem Avelãs não ligava a essas coisas. Entretanto, concebeu um dia um projecto grandioso e assaz amado que se fez t realidade, com a marcha do tempo.
Folguei imenso de vê-lo alcandorado aos mais altos lugares, no meio académico. Senti enorme prazer de fazer-me sabedor do seu percurso que deu lugar a um grande sucesso.
O que eu nunca pensaria é que viesse casar bastante cerca da minha aldeia. Efectivamente, a 6 ou 7 quilómetros de Vide - Entre - Vinhas, fica o Fornotelhreiro, no meu concelho - Celorico da Beira, Muitas vezes eu lá fui, quando adolescente, no intuito de trazer para a mminha terra, um casal de pombas, o que levei a efeito, embora sem êxito, porque as doninhas matavam as aves, chupando-.hes o sangue.
Pois é verdade! O nosso Avelãs nos píncaros da glória, a passar as férias no seio da família, ali tão perto de Vide - Entre -Vinhas! Isto é que eu, afinal, jamais poderia sequer imaginar! Como ele é escritor e amou, desde sempre, a Língua Portuguesa, vou deixar aqui lembranças gramaticais, em seu louvor.
IMPERATIVO
Como este assunto já foi tratado em livros meus, tocarei nele só de tangência.
Da Língua Latina herdámos apenas as segundas pessoas, embora tal idioma disponha de mais. O nosso imperativo, a partir do Latim. surge como segue: Ama — Amate, Ama — Amai.
A primeira forma ficou igual; a segunda, com dois metaplasmos ou melhor três,dá logo — amai. Amate>amade>amae>amai.
(abrandamento, queda. sinérese).
Não vamos julgar que temos dificuldade em exprimir ordens ou desejos, por falta de imperativo. Recorremos a outros tempos. Observemos, para já, os seguintes exemplos: Calar a boca! ( infinitivo impessoal ) ; Não fosses preguiçoso! (imperfeito do conjuntivo); Tiveras mais juízo ( mais que perfeito simples );
Não furtarás ( futuro imperfeito).Não sejas travesso (conj.neg,) .
Concordância (1) (Visto,vista,vistos,vistas)
O menino crescia a olhos visto; a menina crescia a olhos vista; os meninos cresciam a olhos vistos;as meninas cresciam a olhos vistas
A concordância faz-se com o sujeito.De outro modo, falta a lógica.O que se observa, examina e define não são os olhos, mas o menino, a menina,etc É bom tempo de corrigir! Todos erram? Não há motivo para errar!.
(2)
(Obrigado, a,os,as)
.Mais de 50% erram a concordância. Prestemos atenção. Uma mulher agradece a um homem qualquer atenção, de momento havida.: «Obrigado,pela atenção!»
A palavra “mulher” pertence, com certeza, à lirta dos femininos. Ninguém duvida. Na frase apresentada, é ela que agradece.Em tal caso, a palavra - obrigado - está deslocada, por inadmissível.
Se ela recebeu alguma coisa, é ela que agradece. Portanto, obrigada, revelando o desejo de retribuir, em jeito de pagamento. Mas, se ela, ao contrário, disser obrigado.,para outra pessoa, quer dizer que o dito cavalheiro ainda tem mais coisas, em que fica devedor! Obrigado a mais! Não chega aquela atenção! Eu recebi? Eu é que pago e não outro(a).
Imaginemos ,então, que uma senhora me faz um favor ( a mim homem ).Como é que devo agradecer-lhe? Eu é que fico obrigado a fazer-lhe um favor, igual em preço. Mas, se eu disser obrigada, exprimo claramente que a dita senhora fica ainda obrigada a fazer mais favores, além daquele.
Assim vai entre nós a Língua Portuguesa! Atropelada mortalmente! Pisada e ferida ! Assaz maltratada; sempre deprimida e enxovalhada! Mudemos todos estes maus jeitos. Acarinhemos a Língua de nossa mãe, em cujos lábios ela foi magia e fina gulodice, que ficou para sempre a marcar a nossa vida.
Esta melodia, suave, embaladora, vai acompanhar-nos, até à hora final. .
BEM HAJA
Falei, algures, sobre esta expressão, mas omiti a análise sintáctica.
Modo tradicional: suj.não tem; pred.; há; compl. directo: homens, O Latim não abona este processo: Sunt homines.Suj.: homines; pred:.sunt. O cronista Fernão Lopes escreveu assim: Som algûns…
Parece mais lógico o 2º processo, até porque o verbo haver, ,significando”existir”,é intrasitivo. O nosso cronista, é figura marcante, do século XIV.
Agora, outro aspecto de “bem haja” Qual é o significado que a expressão contém? A forma “ haja “,no imperativo, exprime um desejo, no caso presente. A palavra “ bem “ é um substantivo. Se eu o empregar, intento o seguinte: Tenha o que é bom; o que lhe agrada; seja feliz. Dê satisfação, inteira e cabal, às suas aspirações! Tudo lhe corra, segundo os desejos! Trilhe caminhos que, em vez de abrolhos, estejam ornados de lindas flores
Não há longo tempo, grada figura, no meio português, falou em Castelhano, devendo tê-lo feito em Língua Portuguesa, a primeira Língua que deleitou o nosso ouvido, inda no ventre materno.
Que amargura a minha ,quando isto ouvi! Considero traição à Pátria de Castilho e Luís de Camões. Pôr o egoísmo acima do Patriotismo é andar às avessas; é ser anão emtre Gigantes! Falei atrás de Camilo Noguera, natural da Galiza. Lição proveitosa para muitos Portugueses a quem censuro e digo o seguinte: Só falamos bem aquele idiona que bebemos na infância com o leite materno. Não falo de cor, pois conheço várias Línguas,do ramo latino e do Germânico. Incluo também a Língua Latina, com 5 aulas semanais. durante 4 anos, para iniciar-me e poder utilizá-la
Ainda os Espanhóis, a Europa inteira e o mundo restante se encontravam dormindo, já os Portugueses percorriam os Mares, em todas as direcções, levando a nossa Língua a todos os cantos deste Planeta ,«E se mais mundos houvera, lá chegara»
Não esqueçamos que a Língua Portuguesa é aquela que Deus entende.como disse uma vez um Chefe Africano; é a 3ª mais falada, na Europa Ocidental; a 5ª ou 6ª,no Mundo inteiro.
Tenhamos presente que na Ilha de Ceilão,no Malabar,Malásia e Singapura e outros lugares, ainda hoje se reza em Português. Foi em Marrocos que uma jovem de Ceilão ne deu informações, sobre esta matéria.O maior número de crentes e devotos que louvam a Deus usa a Língua Portuguesa ,
Representantes de Portugal, no mundo inteiro, comunicai sempre, em Português. Não sejais cobardes nem vaidosos. Não seja uma traição o vosso proceder. Purifiquemos a Língua, que é, por certo, ,a mais rica do mundo e juntamente, a mais bela de todas.
O número de vocábulos ronda já os 26oooo; o que tem mais diminutivos, assim como ditongos; usa a ordem directa,inversa e transposta: utiliza agudos, graves e esdrúxulos; não é dura nem arripiante como a Inglesa e excede a Italiana em beleza harmónica, Não é esta a opinião de Castilho?
Quem não fica nervoso, ante o excesso de vogais da Língua italiana? !E perante os saltos bruscos da Língua inglesa? E ante a arrogância da Língua de Cervantes?E quem se não vê aflito com a voz passiva alemã, as partículas separáveis e a ordem transposta, a torto e a direito? Já nem falo no g da Língua africanse!
Lutemos a favor da sua integridade e pureza virginal, como no-la transmitiu o grande Pontífice das Letras Portuguesas, o ignorado Castilho que nos aconselha a todos a fazer desta Língua um instrumento músico. Mantendo-a pura e defendendo-a de maus servidores é a nossa independência bem como a liberdade de todos os Portugueses que ficam asseguradas.
Para variarmos um tudo-nada, foquemos agora a frase seguinte: Todo o homem é mortal.Parece que está certa?
Escrita de outro modo,como fazem os Franceses, já fica certa: Todo homem é mortal ( tout homme est mortel.
Vamos aprofundar um pouco mais, tornando as frases mais transparentes. Que significa isto: Todo (o) homem é mortal? Atenção: o homem global (corpo e alma) desaparecem na morte. , Isto, porém, não é verdade! A alma é imortal. Apenas o corpo. O futuro corpo, já ressuscitado e glorioso fica imortal, Não assim o corpo actual.Totalidade de cada homem; totalidade dos homens.
Mais outra falta em que ninguém repara: eu tenho (a) certeza.Por que não dizemos: eu tenho a confiança em ti e em Deus? Os mártires tinham a fé em Deus? Logo dizemos que está mal ?! Nesse caso,também está mal ,na primeira frase.
INFINITIVO PESSOAL
Os nossos tempos verbais provêm directamente dos tempos latinos, correspondentes. Fazem excepção: apenas o futuro e o condicional. O infinitivo pessoal também alinhou com estes dois, até chegar Ribeiro de Vasconcelos que foi entroncá-lo no imperfeito do conjuntivo latino: amarem-amares-amaret-amaremus-amaretis -amarent.
Foi conttestado e até ameaçado, violentamente, mas venceu, por fim. Era considerado como um lusismo e criação do nosso idioma.
Os outros dois tempos, futuro e condiciional, tomaram corpo, logo a partir do infinitivo impessoal de qualquer verbo a que se juntaram as terminações do verbo haver, no presente e no imperfeito do modo indicativo: amar+ei; amar+ia. A conjugação pronominal destes dois tempos ensarilha os estrangeiros que aprendem Portiguês. Dizem eles que os nossos dois tempos «metem para trás»
Faz alguns anos, dirigia-me a Fátima, de autocarro. Junto a mim, trocavam impressões duas francesas , que eram universitárias, na Lusa Atenas. Em certo passo, diz uma delas: - Aqueles verbos que” metem para trás” é que são terríveis! Amá-lo-ei\ amá-lo-ás\ amá-lo-á\ amá-lo -á; amá-lo-emos \amá-lo-eis \ amá-lo-ão. Que diriam elas, se entrassem a fundo nos verbos irregulares da Língua Portuguesa”! Não se julgue que só os nossos verbos é que são difíceis!.
O mesmo sucede, em todas as Línguas, à,‘excepção de uma, falada actualmente,no Continente Africano, ao Sul de Angola: é o Afrkaans. Será, julgo eu, a Língua mais fácil que existe no mundo. Até os verbos irregulares, que são muito poucos, se aprendem todos em 15 minutos. Este idioma tem como fonte o Holandês.
Quanto a pronúncia, apenas um som me criou problemas, por ser gutural profundo.Trata-se de palavras em que entre o g.
Exemplo: Ek wil gaan ( eu quero ir). É muito próxima da Língua Alemã que utiliza gehen. Em cada tempo, a forma verbal é invariável.
CONDICIONAL
Durante longo tempo, chamei eu condicional àquilo que o não era. Influências da Primária! Mais tarde, porém, abrindo casualmente uma gramática inglesa, para fixar bem os nomes dos tempos, dou com estas palavras: future in the past. Fiquei atento a esta designação e pus-me em alerta: futuro de pretérito.
Seria acaso este o nome exacto, em vez de condicional? Investigando, cheguei à conclusão de que, muitas vezes, era futuro,em vez de condicional, Cumpria-me agora pesquisar a rigor, para ficar sem dúvidas, acerca do assunto. Umas vezes, sim, outras vezes não!
Do trabalho feito, resultou este dado: mais vezes futuro e menos condicional. Faltava agora distinguir os casos, pondo tudo em pratos limpos.
Nada como exemplos, ficando tudo bem esclarecido: Se pudesses fazê-lo, virias passar comigo todos os Domingos. À maneira antiga, chamava-lhe logo condicional, atendendo à forma. Entretanto, aquilo que interessa aqui não é o que parece, mas o que é lógico. A condição para vir não é impossível; antes provável e logo possível.
Conclusão: futuro de pretérito. Se te desse prazer, irias comigo à nossa capital. Este caso é igual ao primeiro,Se tivesses trabalhado, não terias o desgosto da reprovação. A mesma conclusão.
Se tivéssemos asas, voaríamos também como as avezinhas, Cuidado, agora!. O caso é diferente. A condição, para voar é ter asas, mas como as não temos, impossível se torna o desejado voo, Impossibilidade na condição, impossibilidade no voo, Aqui já temos, de facto, o condicional.
Se eu fosse milionário, ajudaria os pobres . Impossibilidade: logo, condicional.
Em conclusão: sendo condicional, sabemos de antemão qual o resultado da segunda oração.
Impossibilidade, na condição — condicional; certeza, possibilidade ou probabilidade, futuro de pretérito
Sem Santos, que seria do mundo?!( se não houvesse Santos… ) Não há impossibilidade, porque há Santos. Logo, futuro de pretérito
***
O Padre António Vieira escreveu uma vez o que deixo em seguida: " Terrível palavra é o não ".A propósito de outra, vem-me o desejo de fazer o mesmo: terrível palavra é o se. Tenho para mim que mais tinta correu , a propósito da segunda que da primeira . Não é meu propósito discutir o assunto e terçar armas pela minha opinião, mas tão somente apresentar o que penso.
O que é mais debatido e discutido é o aspecto sintáctico e não o morfológico, Notemos, pois, alguns arranjos. Antes de mais, temos em Português duas formas de passiva. Ninguém se admire, pois a Língua Inglesa serve-de de três. Voltemos ao nosso caso: passiva habitual: Ela é louvada.: o auxiliar ser + o verbo louvar , no particípio passado. Ninguém discorda. Entretanto, ao lado deste, surge outro arranjo, a partir já do Latim Popular: utitlizamos a partícula se como auxiliar: escrevem-se hoje muitos disparates. Latim clássico: virtus amatur; popular: virtus amata est; virtus se amat
Aqui nos ficou já o emprego do se como partícula apassivante.
Outro exemplo, mas já diferente: hoje, come-se mal. Neste caso, temos o se como particulla indeterminante do sujeito. Há quem veja nele o sujeito da oração, à maneira do on franês: on dit des bêtises. .O se português tem origem diferente. o on francês deriva do latino " homo " que era sujeito. Não podemos comparar, porque o se português nada tem a ver com o on francês.
As funções gramaticais do se, como estamos vendo, são bastante diversas: partícula apassivante — lêem-se hoje livros curiosos; partícula indeterminante do sujeito: vive-se mal; advérbio pronominal interrogativi ou conjunção integrante: não sei se António já veio; substantivo : o se é terrível; conjunção condicional: se fores a Lisboa, compra-me lá pastéis de Belém; pronome pessoal reflexo: Mariana cortou-se; conjunção concessiva: Se Felizberto é inteligente, a mana Raquel não lhe fica atrás.
***
Análise sintáctica dos períodos seguintes : quero que me digas se teu irmão já veio de Lisboa, onde se encontra o amigo Anastácio que eu reputo amigo sincero e prestável servidor, em qualquer ocasião.
Quero: oração subordinante. Predicado: quero; sujeito:eu,subentendido por elipse; oração seguinte: complemento directo. Que me digas.Predicado: digas; sujeito: tu,subentendido por elipse; oração que segue: complemento directo; complemento indirecto: me.
.. Se teu irmão já veio de Lisboa: oração subordnada, interrogativa indirecta e integrante substantiva. Predicado: veio; sujeito: teu irmão: de Lisboa: complemento circunstancial de lugar donde; já: circ. de tempo. Onde se encontra o amigo Anastácio: oração subordinada relelativa adverbial ou circunstancial . Pred.: encontra; sujeito: o amigo Anastácio; Anastácio: aposto ou continuado; se : compl, directo Que eu reputo amigo sincero…Pred.: reputo amigo sincero e… ; compl. directo: que ; nome pred. do compl. directo: amigo sincero e… ; em qualquer ocasião: compl.circ.de tempo em que; prestável e sincero: atributos ou acessórios ; ;servidor: aposto ou continuado de amigo
AONDE VAIS COM TANTA PRESSA? — ORAÇÃO INTERROGATIVA DIRECTA E PERIODAL
Pred.: vais; sujeito: tu; com tanta pressa (tão apressado) expressão atributiva; tão: circ. de intensidade
O livro que me emprestaste li-o de um fôlego —l
O livro… li-o de um fôlego: oração subordinante. Pred-: li; suj. : eu; o: compl. directo; de um fôlego: compl. circ.de duração. Que me emprestaste: oração sub, relativa e adjectiva. Pred,: emprestaste; sujeito: tu;compl, directo: que; compl.indirecto: me
SABES QUEM LEU OS LIVROS QUE COMPREI NA GUARDA? —.
Sabes: oração subordinante.Pred.,; sabes directo: oração seguinte; suj.: tu; quem leu os livros.Pred.:leu; suj,: quem; os livros: compl, directo.Que comprei na Guarda.Pred, : comprei; suj,:eu ; que: compl. directo; na Guarda: compl. circ. de lugar onde.
DEFINIÇÃO E DEFINIDO
Sirva de exemplo a frase seguinte : este jovem é um jovem ideal: inteligente, dado ao trabalho, respeitador, leal e prestavel, lhano e simpático.
Embora de uso comum, pois a utilizam pessas cursadas, não deve aplicar-se este modelo. Porquê? Porque o definido (este rapaz), entra abusivamente na definição, o que é condenável e, por isso, não exemplar.
Além desta razão que é fundamental, outra existe ainda: não devem repetir-se palavras iguais. por mero capricho. Emvez disso, é melhor um sinónimo ou uma expressão ( conjunto vocabular) de sentido equivalente.
Correcção: este jovem é um rapaz ideal… Em vez de: este jovem é um jovem ideal
Este monumento é um monumento que não tem igual.
Correcção: este monumento é uma revelação que impõe o arquitecto
Este escritor é um escritor sem adjectivo
Este escritor é um profissional que todos admiram.
Este livro é um livro precioso.
Este livro é uma concepção que honra o autor.
Esta mulher é uma mulher única-
Esta mulher é uma criatura muito prendada.
Este jogagor é um jogador sem defeito.
Este jogador é um modelo perfeito.
SINTAXE.
A base, essência e guarda de qualquer idioma é a sintaxe. Daqui, o máximo cuidadoi em respeitar os seus ditames e exigêncuas Não é isto que vemos em Portugal. Atropelamentos é que não faltam! Assim, por exemplo: Automóvel Clube; Atlético Clube; Lisboa Transportes.
Isto não é Português! A construção é inglesa. Em Português, o termo geral vem primeiro: Clube Atlético; Transportes de Lisboa;
Clube Automóvel.
Contas feitas. Antes assim: feitas as contas. Prezemos a Língua e defendamo-la, que é rica e bela.
Assim sendo..Prefira o que aconselho: sendo assim.
Casa concluída. Português é como segue: concluída a casa. Certo!
Festa iniciada. Não! Como vem de cima: iniciada a festa.
CONCORDÂNCIA…
A primeira das pessos que chegou à festa recebeu um prémio.
Parece que está bem, mas não está! Reparemos bem no seguinte arranjo: a primeira das passoas que chegaram à festta recebeu um prémio.
Não foi só uma a chegar: foram várias e uma dentre elas chegou primeiro. O antecedente do relativo "que" está no plural :.­
pessoas que…
ETIMOLOGIA
Preguntar ou perguntar?
O Dicionário aprova as duas, mas a rigor é preguntar,,como documenta RIbeiro de Vasconcelos, distinto Filólogo e Catedrátiico.
Ligeiro ou lijeiro? Latim: leviariu.
A sílaba latina «vi» dá sempre "j" em Português.Em razão disto, devia ser lijeiro,mas o erro venceu e está consagrado.
O «h» é consoante? Será,talvez auxiliar da escrita?
Actualmente, ele não é nada..Apenas faz excepção, quando entra em dígrafos com n ou l : vinho; alho.
Há muito já que não é aspirado, o que sucedeu no próprio Latim.
Os Espanhóis e os Italianos já o baniram inteiramente. Em Português só o mantemos em início de palavra, por atenção à etimologia: haver
Nota — Em Vide-Entre-inhas, aspira-se o h na interjeição: Hum!
ACENTUAÇÃO
Vem a talho de foice o chamado trema que a Língua alemã conserva ainda.Também nós o usámos, que eu lembro-me bem.
Faz muita falta e não tem substituto. Vejamos somente duas palavras: quente e frequente. Havendo trema, estava o caso arrumado: freqüente e quente.
Como saber alguém se há-de ler o «u» ou deixar de o fazer?!
Só perguntando, em cada caso!
U com trema lia-se; u sem trema não se lia. Recorria-se a ele, em sílabas átonas; sendo tónicas, levevam acento agudo: freqüente; caído.
SEMÂNTICA — VOCÊ
História longa tem este vocábulo, formado que é por dois elementos: vossa + mercê. Em temos idos, só tinha aplicação, dirigindo-se alguém a membros da Nobreza ou relacionados com a família real,
Rodando o tempo, foi assumindo várias formas, até chegar à que vem no cabeçalho, sendo já usado entre populares,.
De forma respeitosa e uso restrito, lá no princípio, virou depois , já em nossos dias, em algo reprovável e ofensivo,em muitos casos.
Conta-se, a propósito, que no Brasil alguém empregou «você», falando à-vontade com o General, Humberto Delgado. Ouvindo este o referido termo que já só era usado entre iguais, ,nas canadas populares, irritou-se altamente, virando logo esta resposta: Vocè é estrume!
Até entre o povo, era reprovada, falando alguém para pessoas mais velhas.
Neste ponto exacto,aparecem, entre nós, as Novelas beasileiras, que toda a gente seguia. pela Televisão.
Ora bem. Aplicavam os brasileiros o termo você, a torto e a direito, sem restrição, não olhando à idade nem à condição fosse de quem fosse.
Que aconteceu? Uma coisa impensável e nada usual! O termo regrediu,fazendo enorme recuo, comtra todas as regras da evolução fonética. Além disso, foi variando no significado., aplicando-se a todas as pessoas, seja qual for a sua idade, classe ou condição. Se não me engano,caminha no sentido, altamente democrático: tudo igual, sem restrições!
Com nenhum termo se deu, ao menos que eu saiba, tal reviravolta.O Brasil, até nas igejas o vai usando.
Permissão tão larga, julgo eu, não chegará ao nosso país.
Hoje, estou já receptivo,com algumas reservas.
Que vantagem reconheço? Se olharmos bem para outros idiomas, notamos logo enorme diferença, quanto a expressões e formas de tratamento, ao dialogar com certas passoas.
O Francês usa Vous; o Inglês, You; o Alemão, Sie ; o Italiano, Lei; o Espanhol, Usted., e assim por diante. .
E o Português? Uma série tão longa, que às vezes chega a dar confusão e até causar perplexidade, Nem quero entrar nesse labirinto! É bom não ser tão extenso e complicado. Nem é democrático! No entanto, haverá sempre alguns casos a formar excepção.
ALGUMAS INCORRECÇÕES DE MENOR IMPORTÂNCIA.
O que dizes? — forma interrogatova directa.
Correcto será: que dizes?
O que dizes é mentira — forma afirmativa. Está certo, não haja dúvida!
Onde vais? — Há deslocação, portanto,. emende-se: aonde vais?
Onde tens a residência? Não há deslocação. Logo,acertado.
Desce para baixo e sobe para cima. Formas pleonásticas, bem escusadas!
Por vezes, o pleonasmo fica muito bem, pois dá relevo. animação e cor: tu é que devias apanhar e não os teus companheiros! Foi um erro… uma injustiça!
Paço de Arcos. Assim está bem, embora na pronúncia haja desvio e facilidades.
Não sei porque não vieste. Porque : advérbio pronominal interrogativo, na oração interrogativa indirecta e integrante substantiva
Não saí de casa, porque estava a chover. — Conjunçãp causal.
Por que estás a chorar? — Interrogativa directa.Preposião +
pronome interrogativo (por que razão )
É PENA PECATE!
Justificação de um castigo, em Latim estropiado (est poena pecati,)
Ouve-se isto em Vide.Entre-Vinhas.
O étimo de " pena de ave " é pina.
Alguém foi castigado e ferido brutalmente? Dizem logo, em Vide-Entre-Vinhas: Ficou num céu homem! Nota-se logo haver estropiamento do próprio Latim « Ecce homo ».Alusão clara aos ferimentos de Jesus, preso à coluna, e às palavras que alguém proferiu, afim de acalmar a exaltação do povo.
OUTRAS CURIOSIDADES NA MESMA ALDEIA
Ou… ou! Segundo a lentidão ou a ligeireza, ao pronunciar, tomando igualmente em conta a altura do som e a veemência das palavras,
assim se deduz o estado de alma no locutor. ( caso de Vide-E-V.)
FORMAÇÃO DO FEMININO
Geralmente, pela terminação do tema, a partir do masculino: gato-gata; por uma paiavra diferente: boi-vaca; pelo timbre e acentuação: avô-avó.Há outros processos aiinda, com pouco relevo. Curioso, na verdade, o da ressonância, com acentuação marcada.
À-PARTE CURIOSO DA NOSSA LÍNGUA
Haveremos já notado que certos casos de feminino, em Português, ,são formados, tomando por modelo a estrutura do corpo da mulher.
Assim : janelo—janela; cancelo—cancela; cadelo­cadela; vitelo—vitela; pipo—pipa; saco—saca; bolso—bolsa; caldeiro—caldeira; ferrado—ferrada; canastro—canastra; cesto—cesta; barco—barca; banco—banca; cinto—cinta; caçoilo—caçoila; ribeiro—ribeira; casaco—casaca: panelo—panela; jarro—jarra; manto—manta; lameiro—lameira; etc.etc.
Há sempre, no fundo, a ideia de « estreito e largo.»
A PALAVRA CAPELA E SUA FORMAÇÃO
É interessante o caso em foco.
S .Gregório de Tours era um senhor abastado. Como tal, vestia bem e tinha cuidado com a saúde, pelo tempo mau. Nem faltava um belo cavalo.
Undia, quando em viagem, foi surpreendido oir temporal violento, que o não apanhou despercebido. Envergava ele então, uma soberba capa que bem o defendia do horrível temporal.
Estugava o passo o formoso animal, trouteando com ânimo,
afim de levar a cabo a penosa tarefa e descansar, logo em seguida.
Eis senão quando surge um mendigo, de mãos engelhadas, a tiritar de frio. Suplica uma esmolinha, por amor de Deus.
Movido à compaixão, que faz o fidalgo? Divide ao meio a ampla capa e oferece metade àquele infeliz.Juntamente, vem esmola avultada.
Diz a tradição que logo a tempestade prontamente se acalmou, brilhando no alto o Sol fulgurante.
Daqui nasceu o " Verão de S. Martinho
O dia do Santo é a 11 de Novembro. Assim premiou Deus aquela acção de caridade, concedendo sempre um curto Verão. em mmória do grande milagre. que se tem perpetuado, através dos tempos.
Ora bem. Aquela meia capa, oferecida ao mendigo, ficou a ser venerada,.sendo comstruído um pequeno edifício para ali ficar.
Que nome deram então ao dito lugar que guardava a ca'pa? — Capela. Como se vê, o nome exacto do objecto guardado ( capela= pequena capa) é que foi dado ao exíguo edifício.i Precisamente como via-viela.Tratar-se-á duma metonimia? Mudança de nome.
PEQUENOS REPAROS E jUSTIFICAÇÃO
ZAÍAS; Delaide; Dozinda, em vez de Isaías, Adelaide e Adozinda. Trata-se de uma aférese, nos três casos.
Zé (José)— sinérese; veijo — diérese
Cás (casa) — apócope ( Cás do Moiro ) — propriedade.
Razão para estes factos? Lei do menor esforço. Penedo ( do ) Bico.

O lugar do adjectivo pode alterar o significado ao termo usado.
Homem pobre ( sem recursos ); um pobre homem ( abastado,mas infeliz )
ANALOGIA
Vós sendes — analogia com vós tendes; vós sondes — analogia com pondes.
COMBOIO—CAMBOIO
Dissimilação regressiva incompleta. Intervém a lei do menor esforço.Parte do segundo " o " para o primeiro.
ANTÓNIO
Forma popular: Toino — metátese ( Vide de Seia ) ; Tonho (Vide-Entre-Vinhas ) — o grupo "ni" originou o dígrafo palatal nasal "nh".
A primeira letra é nasaladora e o "i" é palatal
NOVOS DITONGOS EM MULTIDÃO
Vem a propósito o grande Brasil. Como foi possível esse facto curioso? Muito simplesmente: se após uma vogal encontramos um
"l", este vocaliza-se: Portugal-Portugau; anel-anéu; farol-faróu; etc.
Em Portugal, raramente acontece: saltu-souto-soito:altariu-outeiro;
palpare-poupar,
VERBOS ESPINHOSOS
Deixo aiguns exemplos, para guia geral.Gerir. Presente do indicativo: nós gerimos; vós geris. Presente do conjuntivo: não há. Imperativo: geri vós. Particípio passado: gerido.
Usa-se apenas, quando se conserva o " i " tónico do infinitivo.
Quando alguém diz: ele gere bem o vultuoso negócio, comete um erro.
Como fazer então? Procurar um sinónimo ou uma perífrase que substituam.
Outros casos semelhantes: fruir, carpir,fremir.etc.
CURIOSIDADES
Em Alemão: o homem cujo filha; a mulher cuja filho..
Em Português: cujo é este livro? Cuja é esta pasta? (já se não usa este arranjo, em nossos dias )
Em Africanse ( ao Sul de Angola ) : Eu quero ir Céu para.
Saudação cigana, registada em Pinhel: Dêbròdias! ( Deus nos dê bons dias..Nem sempre saíram mal as formas estropiadas. Fomos felizes, com o termo «saudade» porque, embora mal formado, nos saiu um tesouro. Como devia ser? Perguntemos ao povo, que ele sabe a resposta.
O étimo latino é solitate, que após uma queda e dois abrandamentos, nos deixou “ soidade. “O povo tem razão! Os
eruditos é que o formaram ( refiro-me a saudade ), revelando, pois, escassas noções de ordem filológica. Julgaram, talvez, ser cognato de saúde? Diz o nosso povo: Ai que soidade!
Aproxima-se já o fim do livrinho e quero terminar com a fórmula antiga, usada outrora pelos nossos avós. Essa expressão foi deturpada, em pleno refundida e esvaziada, restando somente o vocábulo “Adeus”, A fórmula inteira, profundamente cristã e deveras autêntica, vem a seguir: «Encomendai-me a Deus» ÍNDICE
O SOL PERDEU O BRILHO?
Erros históricos
CAPÍTULO I
PARTE A
Graves erros históricos de Alexandre Herculano Página
A Europa e Maomé. Um Plano megalómano…… 1
Por que falhou? A Península Ibérica…………… .
Lamentável engano do grande Historiador……………2
Corrigiu , por ventura, os lanentáveis desacertos?.....3
Fronteiras da Lusitânia, no século I da era cristã… …4
Onde se estabeleceram os chamados Celtas?............ 5.
O povo luso é inconfundíve? Por que dizem isso?.........6
CAPÍTULO II
Onde nasceu Portugal, antiga nação lusitana ?.................7
Que nos diz Numância e Medullium, Augusto e Cipião?. 8
A invasão romana triunfou? Sim ou não, porquê?......... .9
A mesma pergunta, quanto à invasão árabe…………… 10
Compare os dois invasores e os resultados obtidos…. !1
Por que se impuseram os Romanos e os outros não? 12
Origem do povo português que já conta 35o5 anos .13
Quem investigou as nossas origens históricas?........... 14
Foi fácil o triunfo dos Lusitanos? Porquè?.................. .15
Invasões da Lusitânia. As de maior influência…… . .16
Porquê?Alguma vez os Lusitanos se apagaram?........ .17
Raízes do povo português. Sarmento M. e A. Sampaio. 18
Consequências da invasão árabe. Porquê?.................. .19
Como aparece o Estado Portucalense ( Português ) ... .20
Que lhe diz isto: " O Castro de Portugal "? Desenvol… ..21
" Portugalia Monumenta Historica " Que sabe sobre isto?.......22
Registo político e social dos povos antigos. Comente… .23
Que livro português é o sustentáculo da Pátria?............. .24
Vizinhança da Pátria Lusa. Eram povos amigos? ..25
O sonho dos Reis Católicos era bom para nós? Porquê.. .26
Fale da coroa real portuguesa e do cordão de ouro......... .28
Que lhe lembra Filipe IV de Espanha e o Duque de Olivares? 29
Ainda hoje vigora a" integração de Portugal em Espanha?". ..30
Prove o facto. As razões são falsas.Demonstre-o também… .31
Por que era difícil afastar os Árabes?.................................... ..32
Por que foi possível escorraçá-los?.33...................................... Papel de D. Afomso Henriques. Era justa a guerra? 34
Até onde vão as nossas raízes? Sarmento Martins e A. S….. 35
Razões falsas para a integração na vizinha Castela. Alargue……… 36 .
Iberismo de Garrete, Má interpretação dos termos……… .37
Origem do homem. No Terciário ou no Quaternário?.......... .38
Como se revela a crença na vida futura? Necrópoles……… 39
Importância das necrópoles. pelo mobiliário…………… … 40
Discorra agora sobre o Castelo de Sabroso no Minho…… Que nos diz a " Mulher de Elche?"Museu do Prado… 42
Como era a árvore genealógica dos Lusitanos?................... .43
Tipos antropológicos. Desenvolva o assunto, em pormenor .44
PARTE B
CAPÍTULO III
Homossexualidade. Suas divisões, O que é cada uma………46
Concretização. Exponha tudo em pormenor………………… 47
Tratar-se-á de carga biológica, segundo a Escola de Berlim?.48
Educação sexual A quem incumbe a tarefa necessária?........ .49
Como deve ser feita? Se os pais não puderem?!...................... 50
Consequências trágicas, na falta dela ou na distorção………. 51
" Libido " segundo Freud , que vem a ser?............................. .52
Que é " sofrear, humanizar e sobrenaturalizar o libido?......... .53
Que entende por homossexualidade latente ou potencial?..... ..54
Factores especiais. Desenvolver o assunto…………………… 55
Será possível o que tenho visto nos jornaia?............................. .56
" O menino da mãezinha " que vem a ser?............................... 57
Que aconteceu, durante longo tempo? Como justificar?......... .58
CAPÍTULO IV
ÁREA LINGUÍSTICA
PARTE
Defender e amar a Língua Portuguesa é amar a Pátria… .59
Uma carta a que outra segue, passado meio século……….6o
Um jovem de Pinhel, que sobe do fundo ao topo da escada 61
Imperativo e tempos que o substituem…………………… 62
Dois casos de concordância errada : visto ; obrigado…… .63
" Bem haja " Verbo haver,significaando ter…………… 64
Glória da Lìngua Portuguesa …………………………… 65
Infinitivo pessoal, um lusismo do Português?................... . .66
Condicional ou futuro de pretérito, muitíssimas vezes----- 67
Arranjos diversos em que entra o se,…………………… 68
Análise sintáctica de algmas frases 69
Definição e definido70 ……………………………………………………
Sintaxe 71……………… ………………………………………………
Concordância 72 …………………………………………………………
Etimologia.73 …Acentuação74……………………………………………………………Você ( Semântica )75….
Incorrecções menores 76
Formação do feminino (um caso)77
Um à-parte da Língua 78
A palavra « capela » 79
Pequenos reparos 80
81
Novos ditongos 82
Verbos espinhosos 83
Curiosidades 84
A palavra <> 85
Onde entroncar a palavra <> ? 86

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